Por Machado da Costa e Simone Kafruni
O setor industrial brasileiro receberá uma injeção inicial de R$106,16 bilhões nos próximos quatro anos como forma de impulsionar o seu desenvolvimento, de acordo com anúncio feito pelo vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante a 17ª Reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que retomou seus trabalhos após sete anos de inatividade.
A reunião contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teve como objetivo a elaboração de uma nova política industrial para o país.
Esses investimentos representam um esforço do governo em fortalecer o setor industrial brasileiro, promovendo a inovação, a modernização e a competitividade.
Os recursos serão provenientes de instituições de fomento à inovação, sendo a maior parte destinada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES (R$65,1 bilhões). O banco utilizará esses recursos prioritariamente para financiar projetos de inovação e digitalização no setor industrial, visando impulsionar a competitividade e a modernização do segmento.
Outra instituição envolvida é a Finep, que destinará R$40,68 bilhões para pesquisa e desenvolvimento em empresas brasileiras, apoiando diferentes etapas do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico. A Embrapii também participará dos investimentos, com recursos voltados para apoiar as instituições de pesquisa tecnológica e fomentar a inovação na indústria nacional.
Um dos destaques dessa iniciativa é a atuação coordenada entre as diferentes instituições de fomento à inovação e ao desenvolvimento industrial, buscando otimizar os investimentos e impulsionar o setor de forma integrada.
A construção da nova política industrial ocorrerá por meio de missões definidas pelo CNDI, abordando problemas sociais e de desenvolvimento do país, como segurança alimentar, ampliação do acesso à saúde, infraestrutura sustentável, tecnologias estratégicas para soberania nacional, empresas competitivas em tecnologias digitais, descarbonização da economia e ampliação de cadeias associadas à transição energética e à bioeconomia.
Os membros do CNDI, divididos em grupos de trabalho, irão dialogar com os diversos segmentos da indústria para identificar entraves, desenhar estratégias e definir as rotas tecnológicas e os instrumentos a serem utilizados nesse processo. Entre os instrumentos, estão o financiamento e garantias, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura de qualidade, poder de compra do Estado, qualificação do capital humano, propriedade intelectual, política regulatória e medidas de comércio exterior.
A expectativa é que, nos próximos meses, as rotas tecnológicas e os instrumentos para cada setor sejam definidos, culminando na aprovação da política industrial e seus instrumentos na próxima reunião do CNDI, que está prevista para novembro.