Por: Machado da Costa
Membros do PT admitiram ao Scoop by Mover que o governo irá ceder em temas sensíveis do Arcabouço por não ter conquistado uma base sólida no Congresso. As mudanças estão relacionadas aos “enforcements” e devem endurecer o texto.
Ontem, em reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), decidiu-se que o relatório do deputado Claudio Cajado (PP) só será apresentado na segunda-feira a líderes de bancadas.
Enquanto isso, parece se ter iniciado uma nova era na Petrobras. A companhia anunciou a distribuição de dividendos que representam um yield de 7,5% no primeiro trimestre e informou que estuda um programa de recompra de ações. Contudo, a novidade são os vazamentos de informações sensíveis. Na quarta, o G1 trouxe informação sobre quedas dos preços de combustíveis e portais de notícias informavam ontem, antes da divulgação formal do fato relevante, o valor exato da distribuição de dividendos: R$24 bilhões.
A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.
MANCHETES DOS JORNAIS
O Globo: ‘Petrobras terá menor preço, sem desgarrar o mercado externo’
Valor Econômico: Petrobras aprova dividendos de R$24,7bi, mas planeja mudar distribuição de lucros
Folha de S.Paulo: Desigualdade de renda cai ao menor nível em 11 anos
O Estado de S. Paulo: MP para regulamentar apostas pretende coibir fraudes e impor taxação
DESTAQUES DO DIA
A fragilidade do governo no Congresso, escancarada por derrotas nos últimos dias tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, acabou por dar munição às bancadas, que estão exigindo o endurecimento do arcabouço para garantir a sua aprovação. Uma liderança do Partido dos Trabalhadores admitiu à Mover que a bancada terá que “engolir” o que vier de alterações no texto do projeto, porque “precisa votar como base governista e aprovar o arcabouço”.
(Scoop by Mover)
A responsabilização pelo não cumprimento das metas fiscais, que consta da Lei de Responsabilidade Fiscal e foi suprimida no projeto original do marco enviado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso, é a principal exigência de partidos como o União Brasil. (Scoop by Mover)
Cajado, disse, nesta quinta-feira, que o parecer do PLP 93, com as mudanças nas regras fiscais será apresentado na próxima segunda-feira, à tarde, a líderes partidários. “Vamos fazer uma conversa ampla com os líderes e, a partir daí, dos ajustes a serem feitos, vamos disponibilizar [o relatório].” (Mover)
ECONOMIA
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“O BC não está acima de críticas e o debate sobre a meta de inflação é válido”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista exclusiva ao Faria Lima Journal (FLJ) nesta quinta. O comentário de Campos Neto sugere disposição da autarquia para debater o tema. “Nós temos um sistema de metas, que funcionou muito bem. É um sistema que funciona em todos os países”, disse Campos Neto em 27 de abril, quando participou de sessão de debates sobre “Juros, inflação e crescimento” no Senado. (FLJ)
Economistas que estiveram com membros do Banco Central em reuniões nesta quinta-feira demonstraram preocupação sobre uma possível alteração na meta de inflação para o ano que vem e como isso pode desancorar as expectativas de preços, disseram à Mover pessoas presentes no encontro. O tema deve ser discutido na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) de junho e é um dos principais pontos de atenção de investidores e grandes empresários. (Mover)
A ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600 e o avanço do emprego em 2022 derrubaram a desigualdade de renda entre ricos e pobres no último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), ao menor nível desde que se tem registro — a série histórica começa em 2012 —, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Folha)
Contudo, a marca mostrou que o brasileiro está cada vez mais dependente do governo. Apesar da queda no ano passado, o índice ainda segue em um nível elevado se comparado ao de outros países, segundo o IBGE. (Folha)
POLÍTICA
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), defendeu-se das críticas que têm recebido por falhas na articulação política do governo com o Congresso, agravada sobretudo após a revisão dos decretos editados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que alteraram o Marco do Saneamento. (Mover)
A exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas virou um cabo de guerra entre os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Marina Silva (Meio Ambiente). A Petrobras defende a exploração, mas o Ibama recomenda a recusa do pedido de licença. Marina Silva define o projeto como “altamente impactante”. (Estadão)
ESTATAIS
A Petrobras informou ontem que seu conselho aprovou o pagamento de dividendos aos acionistas no valor de R$1,89 por ação ordinária e preferencial, com base nos resultados do primeiro trimestre e sinalizou ainda discussões sobre uma possível recompras de ações. (Mover)
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, informou que está trabalhando na mudança da política de preços da companhia com “sabedoria e calma”. Segundo ele, a companhia irá anunciar em breve “uma estratégia comercial respaldada nas vantagens competitivas de produzir e refinar no Brasil”. O Preço de Paridade de Importação, deve acabar, indicou. “Vai mudar até o nome.”
Prates afirmou também que buscará rever o contrato de cessão de marca com a Vibra, mas que não deve judicializar a questão. “Normalmente você cede sua marca para botar um produto seu. Já esse contrato permite que você tenha produto de outra origem em posto Petrobras.”
AGENDA
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa do lançamento do Programa Escolas de Tempo Integral, em Fortaleza (CE), às 11h30.
À tarde, Lula fará a assinatura da Medida Provisória que institui o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica, em Crato (CE), às 17h30.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, realiza plenárias estaduais do Plano Participativo Plurianual em Alagoas, às 10h00, e Pernambuco, às 16h00.
O ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, vai inaugurar nova usina da Nardini Agroindustrial, em Aporé (GO), às 10h00.
