Por: Simone Kafruni
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira que o grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) precisa rediscutir o financiamento de países pobres. “Não é possível que as instituições financeiras internacionais continuem funcionando como se nada estivesse acontecendo no mundo”, afirmou Lula, durante a instalação da comissão nacional do G20, que reuniu autoridades no Palácio do Planalto.
Lula disse que instituições mundiais como o Fundo Monetário Nacional (FMI) emprestam dinheiro aos países não com o objetivo de salvá-los ou considerá-los ativos produtivos, mas para receber pagamentos de juros das dívidas. “Estamos vendo o que aconteceu na Argentina. O continente africano tem US$800 bilhões em dívidas”, assinalou.
“Se não tiver uma rediscussão do financiamento para os países pobres, eles vão continuar pobres, e quem está passando fome vai continuar com fome”, acrescentou Lula, ao explicar que durante a presidência do Brasil do G20, que começa oficialmente em 1º de dezembro, a governança mundial será uma das prioridades.
As outras questões prioritárias, segundo o presidente, serão a fome, as mudanças climáticas e a transição energética. “Temos a possibilidade de mostrar ao mundo que, para quem quiser usar energia verde, o Brasil é o porto seguro para fazer investimentos”, disse.
O presidente reconheceu que o Brasil não tem experiência em presidir o G20, já que esta será a primeira vez. “Vamos adquirir experiência, temos que aprender. Mas não vamos deixar nenhum segmento da sociedade de fora do G20”, prometeu.
Estiveram presentes no evento o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, vários ministros, entre eles o da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o de Relações Exteriores, Mauro Vieira, além dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.
Vieira explicou como será a presidência do Brasil do G20. “O evento máximo será a Cúpula do Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro de 2024”, destacou. Até lá, a presidência brasileira prevê três fases: videoconferências de 15 grupos de trabalho, em janeiro e fevereiro; reuniões técnicas presenciais entre março e junho, distribuídas por diversas cidades brasileiras; e encontros ministeriais de agosto a outubro.
(SK |Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)