Por Bruno Andrade
Depois de prender 293 pessoas e confinar numa prisão, por 580 dias, Luiz Inácio Lula da Silva, os integrantes do comando da Lava Jato, maior operação anti-corrupção no Brasil, vivem seus dias de desgraça. Além da soltura de Lula, de sua redenção nas urnas e umas centenas de processos judiciais contra supostos abusos por eles cometidos, apareceu, enfim, seu maior pesadelo:
O advogado Rodrigo Tacla Duran, réu da operação lava jato por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, disse que foi vítima de uma suposta tentativa de extorsão do senador Sérgio Moro (União Brasil).
Na época, o político era o juiz do caso. A fala foi realizada na segunda-feira (27) em depoimento de Duran para o juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Appio.
“A interpol não aceitou a decisão do juiz, que hoje é senador, por causa da parcialidade dele no caso”, disse o advogado. “Tudo isso porque eu não cedi a extorsão dele (Moro) e como eu não aceitei extorsão, eu fui perseguido até hoje”, afirmou.
Tacla Duran comentou ainda que foi pelo ex-procurador Deltan Dallagnol e sua equipe. “Eles insistem em manter contato fora do conduto legal, fora do DRCI, eles ficaram me seguindo aqui na Espanha e em outros países”, disse.
Duran disse na audiência que possuía áudios que comprovam a sua acusação. O juíz do caso, decidiu encaminhar os autos para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
“Diante da notícia-crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, deputado Deltan Dalagnol e o senador Sérgio Moro, bem como as pessoas do advogado (Carlos) Zocolotto e do dito cabo eleitoral (de Sérgio Moro) Fabio Aguayo, encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, na pessoa do Excelentíssimo Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, juiz natural do feito, porque prevento, já tendo despachado nos presentes autos”, diz o despacho de Appio.