Diretor da Polícia Civil diz que envolvidos em tentativa de invasão da PF também estão ligados a atentado a bomba

Depoimento ocorreu na CPMI dos atos antidemocráticos

Reuters News Brasil
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Por Reuters

O diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, Leonardo de Castro, afirmou nesta quinta-feira (22) que dois dos suspeitos de participação de tentativa de invasão de prédio da Polícia Federal também se envolveram na instalação de uma bomba em caminhão próximo ao aeroporto de Brasília, no ano passado.

Os dois incidentes são investigados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que trata dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, todos relacionados a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que se recusaram a aceitar o resultado das urnas.

Castro participou da coordenação das investigações tanto da tentativa de invasão da PF, no dia 12 de dezembro, quanto do atentado, na véspera do Natal.

“O que eu posso dizer, porque isso já é público, é que dois dos indivíduos, dois dos representados para os quais foi determinada a prisão, estavam envolvidos nos atos do dia 24 de outubro, que seriam o Alan Diego e Wellington Macedo”, disse o diretor à CPMI.    

“Esses dois foram alvo da investigação do dia 12 e foram alvo da representação da Polícia Civil. Porém, os mandados foram expedidos somente após os atos do dia 24”, acrescentou.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que essas ações “desastradas” e “terroristas” têm como pano de fundo “a ideia de gerar caos social e político generalizado na expectativa de que alguém de plantão pudesse recorrer a medidas excepcionais, como o estado de sítio ou a garantia da lei e da ordem (GLO)”.

No dia 8 de janeiro deste ano, apoiadores do ex-presidente participaram de ato de “retomada do poder” que terminou na depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).