Por: Machado da Costa, Bruna Narcizo e Simone Kafruni
A possível definição de parlamentares da oposição para presidir comissões importantes da área fiscal na Câmara dos Deputados é uma ameaça aos projetos do governo federal. Fontes disseram ao Scoop que a deputada Bia Kicis (PL) pode ser eleita presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) ou para comandar a Comissão Mista do Orçamento (CMO). Para a CMO, o nome de Luiz Carlos Motta (PL) também é cogitado, segundo as fontes.
Caso a oposição leve a liderança dessas comissões de controle fiscal, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter uma dor de cabeça, uma vez que todas as iniciativas propostas serão analisadas com lupa para atrapalhar os planos do Executivo.
A alternativa seria que o PT ficasse com a CFFC, mas a legenda preferiu indicar Rui Falcão (PT) para a Comissão de Constituição e Justiça(CCJ), considerada a mais importante, deixando, assim, a CFFC e a CMO para o PL e o União Brasil – que são os favoritos para essa disputa neste momento.
Uma das fontes, que falou com o Scoop sob a condição de anonimato, disse que o grande problema é que o PT estava brigando pela CCJ e CMO, enquanto o PL também disputa o Orçamento e a CFFC. “Os parlamentares gostam mais da fiscalização e controle, que é maior que orçamento”, explicou.
Outra fonte, que também pediu para não ser identificada, afirmou que alguns nomes já são dados como certos: a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais ficará com Célia Xakriabá (PSOL); a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação, com Márcio Jerry (PCdoB); a Comissão de Comunicação, com Luiza Canziani (PSD); a Comissão da Indústria, Comércio e Serviços, com Heitor Schuch (PSB); a Comissão de Trabalho, com Félix Mendonça (PDT); a Comissão de Turismo, com Romero Rodrigues (Podemos); e a Comissão de Viação e Transportes, com Cezinha de Madureira (PSD).
Para outras comissões temáticas, os partidos já estão quase definidos. As comissões de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, de Minas Energia e de Finanças e Tributação deverão ficar com o União Brasil; as comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Cultura, e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, com o PT.
As fontes disseram ainda que a Comissão de Educação ficaria com Republicanos; a Comissão de Saúde, com o PP; a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, com o PL; e a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, com o Patriotas.