Por Reuters
Com débitos por multas que ultrapassam R$ 1 milhão, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de bloqueio da Justiça paulista de R$ 447 mil de suas contas pelo fato de não ter pago multas decorrentes do não uso de máscara no Estado durante a pandemia de coronavírus.
No site da dívida ativa do Estado de São Paulo, o ex-chefe do Executivo federal recebeu sete multas da Secretaria de Saúde estadual entre julho de 2021 a junho de 2022 que, em valores que somados chegam à quantia de R$ 1.062.416,65, envolvendo os valores principais dos débitos e outras correções.
Há casos que já estão judicializados e com decisões desfavoráveis ao ex-presidente. Inicialmente, Bolsonaro foi alvo de um bloqueio judicial de 77,4 mil reais e mais recentemente, outros 370 mil reais, segundo a assessoria do TJ de São Paulo.
“Posto isso, defiro o requerimento da Fazenda do Estado de São Paulo e determino a indisponibilidade de dinheiro em depósito ou aplicação financeira do(s) executado(s), existente nas instituições vinculadas ao Banco Central do Brasil, mediante bloqueio de valores até o limite da dívida executada”, escreveu a juíza Ana Maria Brugin, no último despacho.
Em evento do PL pela manhã, Bolsonaro disse ter ficado sabendo do bloqueio de suas contas pela imprensa e ironizou.
“Fique tranquilo porque, por enquanto, eu tenho fundo, (mas) daqui a pouco não tenho mais e vamos ver se o Valdemar me paga por fora meu salário retido aí”, afirmou, sob risos, acrescentando que não vai se desesperar.
À tarde, o advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten, que tem atuado na comunicação do ex-presidente, criticou as penalidades a Bolsonaro em uma rede social.
“Se a pandemia foi um processo de aprendizagem contínua de tratamentos, remédios, comportamentos, decisões, com muitos erros e acertos na medida em que novas informações iam surgindo, nenhuma multa deveria ter sido aplicada”, disse.
“Ninguém detinha a verdade absoluta, ninguém era o dono da razão”, ressaltou.
O uso de máscara de proteção facial foi considerado pela comunidade médica um meio efetivo de reduzir os riscos de contaminação com o coronavírus e foi obrigatório durante um período da pandemia.