Por Erick Matheus Nery
O lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) mobilizou as atenções nesta sexta (11) e, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcou o “início” do seu terceiro mandato. Contudo, o evento chamou a atenção também pelas ausências de governadores do Sul e do Sudeste. Ausências que evidenciam uma mobilização política dos líderes das duas regiões contra a hegemonia política do PT e de seu líder máximo, Lula.
Faltaram ao evento os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), de Santa Catarina Jorginho Mello (PL), do Paraná Ratinho Jr. (PSD) e do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). Em comum, à exceção de Minas Gerais, todos os demais Estados das duas regiões registraram a vitória de Jair Bolsonaro contra Lula no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022.
Dos sete governadores do Sul e do Sudeste, apenas os governadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo Renato, Casagrande (PSB), compareceram ao evento. O primeiro, por ser o anfitrião do evento; o segundo, por ser o único líder de esquerda do Sudeste.
ENTREVISTA POLÊMICA
As ausências ocorreram após a polêmica entrevista de Zema ao Estadão, em que o líder mineiro anunciou uma frente Sul-Sudeste contra Norte-Nordeste e reforçou seu desejo de ter a direita unida contra a esquerda de olho nas eleições presidenciais de 2026.
“Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político”, disse Zema ao Estadão.
“Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos.”