Por Bruno Andrade
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, cometeu “um equívoco” ao publicar um vídeo em que questiona o resultado das eleições nas redes sociais, disseram os advogados de Bolsonaro e o assessor político Fabio Wajngarten nesta quarta-feira (26).
De acordo com o advogado Paulo Cunha Bueno, o ato de Bolsonaro postar o vídeo no início de janeiro aconteceu em um período que ele estava medicado à base de morfina. Segundo ele, a postagem foi um puro engano.
“Esse vídeo foi postado na página do Facebook de Bolsonaro quando ele tentava transmiti-lo para o seu arquivo de Whatsapp para assisti-lo posteriormente”, disse Bueno.
“Por acaso, justamente nesse período, o ex-presidente estava internado em um hospital em Orlando. Na época, ele foi submetido a um tratamento com morfina, ficou hospitalizado e só recebeu alta na tarde do dia 10”, explicou.
As falas aconteceram após Bolsonaro prestar depoimento para a Polícia Federal em Brasília. O ex-presidente não quis dar entrevista coletiva ao lado de seus advogados. O assessor político de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, ficou na coletiva no lugar do seu cliente.
Wajngarten negou que a postagem tenha sido feita pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro. “Foi Jair Bolsonaro que postou, todos os metadados da plataforma estarão disponíveis para Polícia Federal”, disse. Essa prova é controversa, visto que duas pessoas podem estar no mesmo lugar, como o caso de Carlos Bolsonaro, que poderia estar no hospital com o pai e ter compartilhado o vídeo do celular dele.
Por fim, ele disse que nem o próprio Jair tinha percebido que tinha postado o vídeo. “Bolsonaro não sabia que tinha postado. Quando tomou conhecimento da postagem, ele apagou o vídeo”, concluiu Wajngarten.
O ex-presidente passou a ser investigado pela justiça sobre os atos golpistas de 8 de janeiro após postar um vídeo dois dias depois que seus eleitores radicais invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF em uma tentativa de golpe de Estado.
A determinação de que Bolsonaro deveria ser ouvido no inquérito dos atos golpistas foi emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.