Por Reuters
Auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) divulgada nesta sexta-feira apontou um pagamento potencialmente indevido de quase 1,4 bilhão de reais do Auxílio-Taxista pago durante o governo Jair Bolsonaro.
Esse auxílio, no valor de 1 mil reais por mês, foi pago entre os meses de julho a dezembro do ano passado em caráter emergencial. Ele foi instituído por emenda aprovada pelo Congresso para enfrentar a emergência decorrente da alta do preço dos combustíveis.
Segundo a CGU, dos 314.072 beneficiários do programa, 246.722 deles não cumpriram os critérios de elegibilidade ao benefício ou requisitos previstos normativamente para o exercício da atividade. Isso representa 78% dos beneficiários.
Na lista de beneficiários indevidos, conforme a auditoria, havia pessoas que não tinham habilitação para dirigir ou mesmo não tinham habilitação para exercer atividade remunerada, recebiam seguro-desemprego ou seguro-defeso e havia ainda quem constava como morto, segundo registros oficiais.
Procurada, a assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro não respondeu de imediato a pedido de comentário.
No final do ano passado, a chapa encabeçada pelo então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) moveu uma ação no Tribunal Superior Eleitoral em que acusava Bolsonaro de abuso poder pela concessão ilegal de benefício financeiros a cidadãos durante as eleições com o “claro intuito de angariar votos e, portanto, influenciar na escolha dos eleitores brasileiros, de modo a ferir a lisura do pleito”.
Entre os pontos questionados na ação, estavam a antecipação do pagamento do Auxílio Brasil, do Auxílio Gás, de auxílio a caminhoneiros e taxistas, entre outras iniciativas.