Alckmin diz que Selic alta gera "anomalia" e defende responsabilidade fiscal para baixar juros

Segundo Alckmin, o custo de capital é o primeiro item na agenda de competitividade de um país

Agência Brasil
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Por Stéfanie Rigamonti

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta segunda-feira que o Brasil precisa baixar os juros, e justificou seu argumento afirmando que a taxa Selic no patamar atual, de 13,75% ao ano, desencoraja a tomada de crédito e gera uma “anomalia”. Alckmin também defendeu o corte de juros com responsabilidade fiscal.

Segundo Alckmin, o custo de capital é o primeiro item na agenda de competitividade de um país. “Quando se tem custo do dinheiro barato, quem precisa de financiamento para poder investir cria coragem”, afirmou. “Agora, quando eu tenho inflação de 5,7% e juros a quase 14%, ou seja, 8% de juro real, o cara para tomar dinheiro pensa duas vezes. Hoje no Brasil 70% do investimento é de capital próprio. Isso é uma anomalia”, completou.

O vice-presidente disse que é preciso refletir sobre as causas dos juros altos e que se o problema for fiscal, defendeu a retirada de impostos. Mas afirmou que se o problema for de insegurança fiscal, o governo precisa reverter o quadro.

Alckmin, que participou do evento “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, disse que a decisão do governo de reonerar parcialmente a gasolina e o etanol é um bom exemplo de medida de responsabilidade fiscal adotada pelo governo. E disse que a decisão de manter a desoneração do diesel foi acertada, porque caso contrário a medida afetaria o transporte e elevaria a inflação.

“E por que não zerou [o tributo de gasolina e etanol]? Porque tem responsabilidade fiscal… E se eu tenho responsabilidade fiscal, posso baixar juros e quando baixa juros a economia cresce”, argumentou.