AGU cria força-tarefa contra Moro e Lava Jato após decisão de Toffoli

Ministro do STF anulou provas e disse que Lula sofreu “armação”

Roque de Sá/Agência Senado
Roque de Sá/Agência Senado

Por Erick Matheus Nery

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli anular as provas do acordo de leniência assinado pela finada Operação Lava Jato com a Novonor (ex-Odebrecht), a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou nesta quarta (6) a criação de uma força-tarefa para investigar eventuais desvios cometidos pelos integrantes da Lava Jato – entre eles, o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

De acordo com as informações divulgadas pela AGU à imprensa, o grupo analisará a conduta dos procuradores da República e de membros do Poder Judiciário durante a instrução e julgamento dos casos. “Após a devida apuração, poderá ser cobrado dos agentes públicos, em ação regressiva, o ressarcimento à União relativo às indenizações pagas, sem prejuízo da oportuna apuração de danos causados diretamente à União pelas condutas desses agentes”, ressalta o órgão.

“Uma vez reconhecidos os danos causados, os desvios funcionais serão apurados, tudo nos exatos termos do que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Pela decisão de Toffoli, a prisão do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lava Jato foi uma “armação” e um dos maiores erros da Justiça brasileira.

“Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem (contra a lei)”, escreveu o ministro do STF na decisão ao qual o Faria Lima Journal (FLJ) teve acesso.

POSICIONAMENTOS 

Na rede social X, conhecida anteriormente como Twitter, Sergio Moro disse que lutará “pelo direito à verdade, pela integridade e pela democracia”. “A corrupção nos Governos do PT foi real, criminosos confessaram e mais de R$ 6 bilhões foram recuperados para a Petrobras”, escreveu o senador. Confira a publicação:

Questionada pelo FLJ, a Novonor (antiga Odebrecht) disse que não irá se manifestar sobre o tema.