“A culpa é da comunicação!”. Essa é a explicação de nove entre dez governantes que experimentam queda de popularidade.
Segundo eles, o governo vai bem, mas os responsáveis pela comunicação não sabem divulgar seus feitos. Se seguir esse caminho, o presidente Lula, cujo governo apresenta índices de aprovação preocupantes, já tem uma agência de publicidade para culpar.
Trata-se da Nacional Comunicação, que mantém sete das mais relevantes contas nesta administração federal. A agência está nos seguintes Ministérios: Comunicações; Cidades; Desenvolvimento e Combate à Fome; Integração Regional: Turismo; e, finalmente, Saúde, com suas polpudas verbas. Ah! Também está contratada pelo Banco do Brasil. Literalmente levou todas as licitações que disputou desde o início do governo Lula.
Um dos sócios da Nacional, Juliano Corbeline, é próximo de Paulo Pimenta, o ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul que até a pouco era o chefe da Secom, órgão que cuida da comunicação do governo. Pimenta deve voltar em breve ao cargo.
Existe outra coincidência. Mariana Seixas Lima, Secretária de Publicidade e Patrocínios da Secom, é “comadre” de Juliano Corbeline. Como se não bastasse, o marqueteiro baiano Sidônio Palmeira, responsável pela eleição de Lula em 2022, também é muito próximo da agência.
Teoricamente, Sidônio é, hoje, apenas um consultor informal de Lula. Ao menos formalmente… Sobre Sidônio, diz-se que, sob o ponto de vista da tradição, está situado no terceiro nível a jusante dos publicitários baianos. Se Duda Mendonça era brilhante, João Santana é eficiente. Já Sidônio ainda tem o que provar.
Enquanto Paulo Pimenta não retorna ao cargo de ministro da Secom, o presidente Lula nomeou para a sua interinidade Laércio Portela. Dele, sabe-se que trabalhou com Franklin Martins no passado e que fez campanha presidencial de Hugo Chávez na Venezuela.