Via passa a ter maior nível de ações alugadas, diz TC Matrix

Movimento reforça preocupação do mercado com dona da Casas Bahia

Divulgação/Via
Divulgação/Via

Por Ana Luiza Serrão

A Via Varejo (VIIA3) passou a ter o maior nível de ações alugadas entre as empresas listadas na B3, segundo levantamento da equipe do TC Matrix, evidenciando a crescente preocupação do mercado com o futuro da companhia dona das Casas Bahia.

As ON da Via fecharam o pregão desta segunda-feira (11) estáveis, cotadas a R$1,18, mas acumulam queda de 63,80% nos últimos 12 meses. Já o Ibovespa fechou em alta de 1,36%, aos 116,8 mil pontos.

A Via passou a ter 26,8% dos papéis em circulação mantidos sob aluguel, operação em que investidores, na prática, apostam na queda do valor das ações, segundo relatório do TC Matrix divulgado hoje.

Os empréstimos em aberto de ações da Via representavam R$543 milhões até a última semana. Com isso, o ativo também passou a ter a maior taxa média semanal de aluguel após elevação de 8,1 pontos percentuais no indicador na semana, atingindo 72,8% ao ano.

O maior nível de apostas contra os papéis da Via vem pouco depois de a empresa ter divulgado uma oferta subsequente de novas ações com o objetivo de levantar cerca de R$1 bilhão. Oficializado no último dia 5, o chamado “follow-on” busca melhorar a saúde financeira da companhia, mas deverá pressionar e diluir os acionistas que não injetarem novos recursos.

Antes, a Via, segunda maior empresa de comércio varejista do Brasil, já havia anunciado um plano de transformação que prevê o fechamento de 50 a 100 lojas para tentar reverter o cenário de estresse financeiro – junto com o balanço do segundo trimestre, que mostrou prejuízo de R$492 milhões.

Na semana anterior, a líder em nível de aluguel de ações era a Marfrig, com 28,3%, seguida por Movida. A Marfrig, inclusive, registrou a maior queda semanal no nível de aluguel, que caiu 4,1 pontos percentuais, para 22,4%, o que levou a empresa para a quinta colocação no ranking, segundo o TC Matrix.