Veja as principais notícias da política que podem impactar os mercados

A expectativa pela entrevista do presidente do BC, Roberto Campos Neto, é destaque em meio a rumores sobre alterações na meta da inflação

Unsplash
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Por Machado da Costa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm compromissos públicos ao longo da semana, antes da reunião de quinta-feira, 16, do Conselho Monetário Nacional. No encontro, ambos, acompanhados da ministra do Planejamento, Simone Tebet, deverão debater uma nova meta de inflação para este ano e os próximos. Os compromissos públicos das autoridades podem elevar a volatilidade dos mercados.

A seguir, as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento às 10h00, na reunião do diretório nacional do PT, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido tem capitaneado a pressão sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ele avalie um aumento da meta de inflação para este e os próximos anos. Campos Neto dará entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, às 17h00. A entrevista deve ir ao ar às 22h00. Haddad e Campos Neto têm sido criticado internamente pelo volume de declarações sobre temas tão sensíveis à economia. (Mover)

Apesar das agendas públicas de Haddad e Campos Neto, interlocutores de Lula avaliam que, a partir de amanhã, a temperatura em torno do debate das metas de inflação deve diminuir. Primeiramente, porque Campos Neto fará uma proposta para elevar a meta deste ano, de 3,25% para 3,5%. Depois, porque Haddad estará focado em reuniões internas, preparando-se para o encontro de quinta-feira. (Valor)

Em meio à tensão em torno do CMN, ministros da equipe econômica temem fogo amigo por parte do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Chamou atenção de Tebet e Haddad o anúncio de que o banco público irá trabalhar na criação de uma proposta de arcabouço fiscal, que contará com a contribuição do economista André Lara Resende e que será entregue a Lula. “Aqui, tudo vai para o Lula”, afirmou Mercadante ao SBT. (O Globo)

Depois da bonança vivida nos últimos anos, os cofres dos Estados deverão ficar pressionados com o fim do congelamento de salários de servidores públicos. Isso indica uma piora do resultado primário do setor público e deve aumentar as pressões políticas sobre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. A decisão do ministro do STF Luiz Fux de derrubar um artigo da Lei Complementar 194, que retirava os encargos de TUSD e TUST da base de cálculo do ICMS, deve ser lida neste contexto. Isso significava R$16 bilhões a menos na conta de luz. O Congresso tem se mostrado bastante arredio a impactos bruscos nestas contas e poderá fazer um movimento para mitigar este efeito. Isto pode impactar a previsibilidade de receitas do setor de distribuição de energia ou outros segmentos com preços administrados.

ECONOMIA

O governo deseja, mas uma eventual tentativa de reversão da privatização da Eletrobras poderia custar mais de R$160 bilhões ao governo federal, estimou a TC Economatica. A privatização foi qualificada pelo presidente Lula na semana passada como “lesa-pátria” e “quase uma bandidagem”, (Scoop by Mover)

Cria boa perspectiva para empresas exportadoras brasileiras a reabertura da economia chinesa após três anos da política de Covid-zero. O movimento poderia adicionar até 0,5 ponto percentual ao PIB do Brasil este ano, de acordo com cálculos do Goldman Sachs. (O Globo)

A supersafra, estimada em 300 milhões de toneladas, forçará ao máximo a capacidade logística do país. Com uma previsão de disputa intensa no escoamento de soja, milho e açúcar no segundo semestre, os preços dos fretes podem ficar pressionados. (Valor)

POLÍTICA

Mudanças na Lei das Estatais deverão voltar a ser discutidas no Congresso Nacional, após um acordo de Lula com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O texto já foi aprovado pela Câmara e adições deverão ser combinadas entre as duas casas. A expectativa é que até março, tudo esteja aprovado. A proposta acaba com as barreiras para nomeações de políticos e, de quebra, quadruplica o orçamento publicitário das estatais. (Mover)

Lula deverá retomar uma agenda de viagens pelo país durante a semana. A ideia é mostrar os trabalhos iniciais de seu governo. Amanhã, em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, o petista vai relançar o programa Minha Casa Minha Vida. Na quarta, vai a Sergipe para monitorar as obras da duplicação da BR-101. As declarações devem ir no sentido de criticar os investimentos públicos do governo de Jair Bolsonaro. (O Globo)

O histórico de votações da base aliada de Lula mostra uma fragilidade de sua composição na Câmara dos Deputados. Uma análise mostra que nem mesmo os partidos mais alinhados à esquerda garantem um apoio seguro ao presidente. Isso pode indicar custo maior nas negociações ou causar até mesmo recuos em matérias legislativas. (Folha)

AGENDA

-O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz pronunciamento em evento do diretório nacional do PT. 10h00

-O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa do programa Roda Viva, da TV Cultura. Programa deve ir ao ar às 22h00