Por Reuters
Subiu para 16 o número de mortos em operações policiais na Baixada Santista, litoral de São Paulo, informou a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) nesta quarta-feira (2), e o órgão garantiu que todas as ocorrências envolvendo morte serão “minuciosamente” investigadas em meio relatos de suposto excesso por parte das forças policiais.
“Dezesseis suspeitos morreram ao entrarem em confronto com as forças de segurança desde o início da operação. Todas as ocorrências com morte durante a operação resultaram da ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto vítimas quanto os participantes da ação”, afirmou a secretaria em nota.
“Por determinação da própria SSP, todos os casos desse tipo são minuciosamente investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). As imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso e estão disponíveis para consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM.”O aumento no número de mortos nas operações, iniciadas após um policial militar da Rota, unidade de elite da PM paulista, ser morto durante patrulhamento em uma comunidade do Guarujá, ocorre um dia após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defender a atuação da polícia e afirmar que não se combate o crime “sem efeito colateral”.
O governador argumentou que os policiais estão combatendo o crime organizado, que disse ter se alastrado na Baixada Santista e dominado territórios na região. Garantiu ainda que eventuais excessos serão punidos.
“Ela (a polícia) só vai entrar em confronto em último caso, só vai usar a arma de fogo se usarem contra ela, só vai disparar se dispararem contra ela primeiro, só vai atuar em legítima defesa, só vai atuar para repelir a injusta ameaça, a injusta agressão”, assegurou Tarcísio a jornalistas na terça-feira.
“Não existe esse combate ao crime sem efeito colateral. Me desculpa, não tem.”
Em meio a denúncias à ouvidoria da polícia paulista de abuso policial nas operações, o governador disse que “tudo vai ser investigado”.
De acordo com a Secretaria de Segurança, na operação, batizada de Escudo, foram presos 58 suspeitos e apreendidos quase 400 quilos de drogas, além de 18 armas entre pistolas e fuzis.