Shein diz que vai nacionalizar produção de 80% das vendas no Brasil

Decisão vem após derrota de Lula contra varejistas chinesas

Pixabay
Pixabay

Por Bruno Andrade

A Shein afirmou, nesta quinta-feira (20), que vai nacionalizar a produção de 80% dos produtos vendidos no Brasil até 2026. Para isso, a companhia pretende estabelecer parceria com dois mil fabricantes locais e criar aproximadamente 100 mil empregos nos próximos três anos.

Segundo o chairman da Shein na América Latina, Marcelo Claure, cerca de 70% dos produtos vendidos no Brasil pela companhia são de origem chinesa, enquanto apenas 30% é brasileiro.

“Só vamos continuar importando os produtos que o Brasil não consegue fabricar aqui”, afirmou Claure.

Para fornecer tecnologia e treinamento aos fabricantes brasileiros, a companhia investirá inicialmente R$ 750 milhões.

A decisão acontece após a companhia e outras asiática escaparem da mira do governo para pagar impostos. Lula e sua equipe queriam taxar as importações de pessoa física para pessoa física abaixo de US$ 50, o qual é isento.

No entanto, o governo voltou atrás após pressão popular, marcando a primeira derrota de uma proposta petista após as eleições.

Haddad fala em novo imposto para Shein e Shopee

Mais cedo, a companhia também se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Após a reunião, Haddad disse que as empresas chinesas aceitaram a proposta do governo de realizar o pagamento de um tributo antecipadamente para poder vender produtos no Brasil, o que foi chamado de “Digital Tax”.

“O que estamos fazendo é nos adequar ao que os países desenvolvidos já fazem, com o Digital Tax”, afirmou Haddad, em coletiva nesta quinta-feira.

As três maiores do setor, Shein, Shopee e Aliexpress, não confirmaram nem desmentiram a declaração de Haddad.

Segundo o ministro, Shopee e Aliexpress, outras varejistas chinesas, já haviam aceitado a proposta. “As outras companhias já tinham enviado cartas ao Ministério aceitando o Plano de Conformidade da Receita Federal.”

*Com informações da Mover