Raízen (RAIZ4) aposta em divisão de energia limpa, mira dobrar clientes e triplicar EBITDA

Confira a entrevista do Scoop by Mover com o diretor da empresa

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Por Luciano Costa e Ana Luiza Serrão

A Raízen (RAIZ4) está otimista com a divisão de negócios em eletricidade renovável do grupo, que fechou recentemente contratos com grandes empresas incluindo Smart Fit (SMFT3), Marisa (AMAR3), Rede D´Or (RDOR3) e Heineken. A expectativa é praticamente dobrar a carteira de clientes nesse nicho até o final do ano, triplicando o resultado operacional da unidade no médio prazo, disse o diretor de soluções de energia, Rafael Rebello, em entrevista à Mover.

A chamada Raízen Power, que encerrou a temporada 2022/2023 com 24 mil clientes, deve alcançar 50 mil unidades consumidoras atendidas com geração renovável ainda neste ano, chegando tanto a empresas quanto a pessoas físicas por meio de um modelo de venda de assinaturas de energia limpa recém-lançado, afirmou Rebello.

A unidade de energia da Raízen também atua com soluções de eletromobilidade, investindo em postos para abastecimento de veículos elétricos, e em centrais de geração distribuída, conhecidas pela sigla “GD”, que envolvem a instalação de placas solares em telhados ou terrenos para atender a demanda de empresas.

“Obviamente, a meta não para. Esse é um mercado em ebulição, e a gente vem construindo plataformas e produtos para atender. A nossa ambição é ter mais de 200 mil clientes em um futuro próximo”, disse Rebello.

O resultado operacional da Raízen Power, medido pelos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), atingiu R$1 bilhão em 2022/23. “Acreditamos que nos próximos cerca de cinco anos, até 2030, tenhamos capacidade de chegar à meta de triplicar o EBITDA”, projetou o diretor.

As ambições da Raízen no setor elétrico têm sido apoiadas pela gradual expansão do chamado mercado livre de eletricidade, ambiente de atacado no qual atuam grandes empresas, e por perspectivas de que esse nicho possa ser expandido para todos consumidores, inclusive residenciais, o que está previsto em projeto de lei que tramita no Congresso.

Confira, a seguir, alguns pontos-chave da entrevista.

APOSTA EM ‘POWER’

Nós temos uma base de mais de 10 mil clientes corporativos em açúcar, etanol e combustíveis, e um total de mais de 20 milhões de CPFs que, de alguma forma, passam por nossas áreas de negócios. Tomamos a decisão de ser um ‘player’ relevante do mercado de energia, aproveitando essa carteira e esse momento de abertura de mercado.

A geração distribuída pode ser um grande veículo de acesso a clientes. É uma linha de negócios que permite democratizar a energia e levar ela para todo e qualquer cliente. Hoje temos 30 usinas operacionais de GD, e 70 estão por vir pela frente. Estamos nos preparando para ser um dos grandes players do Brasil.

CONTRATOS

Fechamos contratos para fornecer eletricidade renovável à Smart Fit, Aegea, Marisa Lojas, Americanas, Aeroporto de Guarulhos, tem uma parceria com a Heineken também, para atender seus bares e restaurantes, Rede D´Or é nosso cliente. Com nosso produto de varejo, atendemos a todo e qualquer cliente. Temos um ‘pipeline’ de contratos ainda a serem anunciados.

EXPANSÃO

Acreditamos que até 2030 teremos capacidade de chegar nas metas de triplicar o EBITDA da Raízen Power, e também de avanço na base de clientes. Temos uma base sólida de crescimento orgânico, mas estamos também olhando oportunidades de consolidação que possam surgir. Possibilidades de parceria, de aquisição.

SIMPLIFICAR

Queremos fazer como a XP, que foi protagonista no começo no mercado financeiro. Eles basicamente diversificaram a carteira de produtos e simplificaram a mensagem. Nosso grande dever com esse grande universo de clientes que terão acesso ao mercado de energia nos próximos anos é pensar em como simplificar e se comunicar de forma correta.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 16H41, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.