Por Bruno Andrade
A popular caderneta de poupança perde para a inflação em 2023, mostra levantamento do TradeMap divulgado nesta terça-feira (11). A poupança rendeu 2,08% entre janeiro e março de 2023, enquanto a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 2,09%.
O desempenho do mercado de ações foi pior ainda. O Ibovespa (IBOV), principal índice de ações da bolsa paulista, recuou 7,16% no mesmo período. Por outro lado, o ativo alternativo visto como o mais arriscado e não recomendado para os investidores conservadores, o Bitcoin, subiu 64,77% nos três primeiros meses de 2023.
A lista dos que fecharam no azul segue com BDRx, que subiu 8,73%, ouro com avanço de 4,97%, IMA (3,63%) e CDI (3,25%).
Do lado negativo, o índice de Small Caps, empresas negociadas em Bolsa com valor de mercado abaixo de US$ 2 bilhões, recuou 9,51% e teve o pior desempenho. Os números continuam com a baixa de 4,08% do Índice de Dividendos (IDIV), recuo de 3,70% do Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) e queda de 2,63% do dólar Ptax.
Poupança e Bolsa no acumulado de 12 meses
Já no acumulado de 12 meses até março, a poupança rende 8,33% ao ano e consegue superar com folga a inflação de 4,65% ao ano.
Já o Ibovespa amarga um tombo de 15,1%, que só não é pior que a do Bitcoin (-30,99%) e do Índice de Small Caps (-27,95%). O melhor desempenho na base de 12 meses é o CDI, com avanço de 13,29%.
Os desempenhos discrepantes nos últimos 12 meses devem-se à alta e manutenção da taxa básica de juros da economia, a Selic, pelo Comitê de política monetária do Banco Central (Copom).
A Selic foi de 2% ao ano em fevereiro de 2021 para 13,75% ao ano em agosto de 2022, patamar que é mantido desde então. A alta da taxa de juros causa uma fuga de capital da renda variável para a renda fixa. O motivo é que os investidores passam a ter uma boa rentabilidade em um ambiente muito mais seguro.