Por Felipe Corleta
A Petrobras (PETR4) anunciou hoje uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, priorizando o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a companhia. A estatal afirmou que os reajustes serão feitos sem periodicidade definida e “evitando o repasse para preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e do câmbio”.
A mudança representa o abando da Política de Paridade de Importação de combustíveis, iniciada no governo Michel Temer, embora a companhia não tenha apresentado uma fórmula objetiva ou critérios claros que serão usados nos reajustes daqui em diante.
Para especialistas, se a estratégia levar na prática a um represamento de valores em relação ao mercado internacional, a medida poderia afetar a rentabilidade da Petrobras e até colocar em risco o abastecimento no mercado local, já que cerca de 30% do diesel consumido no Brasil é importado.
“A estratégia comercial tem como premissa preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes. Essa estratégia permite a Petrobras competir de forma mais eficiente, levando em consideração a sua participação no mercado, para otimização dos seus ativos de refino, e a rentabilidade de maneira sustentável”, disse em fato relevante.
“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, acrescentou.
A Petrobras explicou que o valor marginal, citado como uma das prioridades para definição de preços, é baseado no custo de oportunidade dadas diversas alternativas para a companhia como produção, importação e exportação dos produtos. Não está claro o grau de divergência dos preços internacionais de gasolina e diesel que serão praticados pela companhia após o comunicado.