Por Gabriel Ponte
Os investidores esperam que a geração de emprego nos Estados Unidos tenha desacelerado novamente em julho, na esteira dos contínuos efeitos do aperto monetário conduzido pelo Federal Reserve. Apesar disso, o mercado de trabalho deve continuar apresentando uma robustez considerável, segundo a previsão de analistas.
Os dados do mercado de trabalho serão divulgados amanhã, às 09h30, no relatório formal de empregos dos EUA, conhecido como Payroll. A expectativa aponta para a criação líquida de 200 mil postos de trabalho em julho, segundo o consenso Refinitiv, ante 209 mil vagas abertas em junho.
Apesar da desaceleração prevista, a força do mercado de trabalho e a desinflação observada nos EUA reforçam o otimismo de que o país evite uma recessão econômica. As projeções colhidas pela Refinitiv variam desde a geração de 140 mil até 300 mil postos no período.
Os economistas do Bank of America antevêem uma abertura de 200 mil postos em julho, em linha com o consenso. “Projetamos que os dados de emprego continuem a apresentar uma moderação ante a tendência recente, embora continue a apontar para um mercado de trabalho apertado”, diz o banco, em relatório.
Para além da possibilidade de uma surpresa de alta dos dados desta sexta, investidores também têm observado números recentes, que indicam uma desaceleração acentuada dos custos trabalhistas no segundo trimestre do ano, diante da forte recuperação da produtividade da mão de obra. A isso se soma a moderação significativa da inflação em junho, na base anual.
Dados do Departamento de Trabalho indicaram que a produtividade do trabalhador, que mede a produção por hora, aumentou a uma taxa anualizada de 3,7% entre abril e junho, aliviando o crescimento dos custos trabalhistas – uma métrica observada pelo Fed em sua política monetária, em conjunto com o crescimento nominal dos salários.
O consenso também aponta que os custos da folha de pagamento devem desacelerar, com ligeira queda no comparativo anual, a 4,2%, ante variação de 4,4% reportada em junho. Na base mensal, os salários devem desacelerar o ritmo de alta, a 0,3%. A taxa de desemprego deve se manter próximo das mínimas históricas, a 3,6%.O número de horas trabalhadas semanais deve permanecer em 34,4.
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