Por: Juliana Machado
São Paulo, 13/10/2023 – As bolsas internacionais operam em queda no último pregão da semana, pressionadas por possíveis desdobramentos do conflito no Oriente Médio, entre eles, uma invasão de Israel à Faixa de Gaza por terra. A inflação ao consumidor dos Estados Unidos, divulgada ontem, veio um pouco acima do esperado e alimentou os receios de que o juro americano permaneça elevado por mais tempo do que o previsto.
O índice de preços ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,40%, ante expectativa de alta de 0,30%. Com o dado, as apostas em uma manutenção dos juros nos Estados Unidos não mudaram, mas os mercados tiveram gradativamente uma piora pelo receio de que o atual patamar elevado das taxas de juros deva ser estendido.
Já o conflito entre o grupo Hamas e Israel segue no foco da atenção do mercado global, uma vez que, a depender da participação de países do Oriente Médio, principalmente o Irã, isso poderia gerar uma escalada das hostilidades, com impactos significativos para o preço do petróleo.
Na Ásia, os mercados encerraram em queda, de olho na inflação americana e chinesa, além de dados da balança comercial do gigante asitático, com superávit acima do esperado, e a possibilidade de novos estímulos por parte de Pequim, ainda vistos como essenciais.
Neste momento, o governo chinês está considerando a emissão adicional de pelo menos US$137 bilhões de dívida soberana para garantir gastos em infraestrutura, como parte do esforço para que o país atinja a meta de crescer 5% este ano.
No mercado europeu, que opera em queda neste momento, a produção industrial na zona do euro subiu 0,60% em agosto na base mensal, acima do previsto. Na comparação anual, a queda é de 5,10%, acima da projeção.
A melhora do dado na base mensal mostra que ainda há potencial inflacionário de uma economia ainda resiliente, embora o indicador em base anual sinalize que as iniciativas mais restritivas na região estão surtindo efeito em prazos maiores. Porém, as questões geopolíticas também interferem nos negócios na região.
Às 9h, está previsto um discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que deve falar sobre política monetária em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI).
No âmbito corporativo, a temporada de balanços do terceiro trimestre começa a ganhar tração, com a divulgação dos resultados da BlackRock, do Citi, do JP Morgan, da UnitedHealth e do Wells Fargo, antes da abertura do mercado.
Às 9h30, serão divulgados os preços de importação e exportação, enquanto o presidente do Fed de Filadélfia, Patrick Harker, tem discurso previsto para às 10h. Às 11h, será a vez da pesquisa do consumidor de Michigan, que tem a previsão de 67,2 pontos em outubro, abaixo do visto no mês anterior.
No Brasil, assim como nos Estados Unidos, a agenda de indicadores está mais vazia. Por aqui, a liquidez também deve ser baixa na volta do feriado, já que a maioria das posições foram montadas pelos investidores, na quarta-feira, como forma de proteção, diante dos acontecimentos ao redor do mundo.
Na quarta-feira, o Ibovespa avançou 0,27%, aos 117.050 pontos. No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,12%, a R$5,0503.
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MERCADOS GLOBAIS
Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em queda de 0,09%, 0,28% e 0,57%, respectivamente.
O Índice Stoxx Europe 600 recuava 0,87%, enquanto o índice alemão DAX tinha baixa de 0,97%, e o britânico FTSE-100 cedia 0,60%.
O dólar americano operava estável em comparação aos pares. O DXY tinha leve queda de 0,01%, aos 106,572 pontos. No geral, as moedas operam sem direção única contra o dólar, com destaque para o rublo, que subia 0,62%.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos, ou T-Notes, operavam em queda de 8 pontos-base, a 4,621%.
Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong caiu 2,33%, enquanto Xangai Composto teve baixa de 0,64%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, perdeu 0,55%.
O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em alta de 3,72%, a US$89,20 por barril, de olho na guerra do Oriente Médio.
O Bitcoin tinha alta de 0,01% nas últimas 24 horas, a US$26.775,00; o Ethereum subia 0,32% no mesmo período.
MERCADOS LOCAIS
Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir em alta, seguindo o exterior, no aguardo de novos indicativos para a política monetária americana. O índice tem suporte mínimo em 105.000 pontos e resistência máxima em 125.500 pontos, segundo o BB Investimentos.
Câmbio: O dólar futuro deve abrir sem direção clara, com tendência de alta, de olho nos juros americanos e no mercado de commodities.
Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem devem seguir os movimentos das Treasuries e cair, mas com pressão da aversão ainda vigente no mundo. Os juros futuros nos EUA operam em baixa, à espera de dados e fala de membros do Fed.
DESTAQUES
Getninjas – A plataforma de contratação de serviços informou que a Reag Investimentos atingiu 25% do seu capital social, chegando ao limite da “poison pill” definida no estatuto da empresa, o que a obrigará propor uma oferta pública de aquisição (OPA) pelas demais ações. (Mover)
✋ Petrobras – O presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que a expectativa da empresa é perfurar a região conhecida como Margem Equatorial, no Amapá, no primeiro semestre de 2024. (Mover)
✋ O Exército de Israel deu ordens para que os palestinos que vivem no Norte da Faixa de Gaza saiam imediatamente e se dirijam ao Sul nas próximas 24 horas. Cerca de 1,1 milhão de pessoas residem no local, que pode ser invadido. (Estadão)
✋ O secretária de Estado americano, Antony Blinken, pediu que Israel evite vítimas civis. O comentário foi feito em entrevista coletiva com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que já estuda uma invasão terrestre na Faixa de Gaza para combater o Hamas. (Valor)
✋ O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,40% em setembro, levemente acima das expectativas, de alta de 0,30%. O indicador registrou avanço de 3,70% na comparação anual, ante expectativa de 3,60% do mercado. O núcleo do CPI, que exclui preços mais voláteis, como os de alimentos e energia, avançou 0,30% no mês, em linha com o consenso. Na base anual, o núcleo atingiu 4,10%, também dentro das expectativas do mercado. (Mover)