Por Gabriel Ponte
A manutenção da meta de déficit primário zero para o ano de 2024 foi um “desenvolvimento positivo” do atual governo, avaliou a Legacy Capital em carta a cotistas referente ao mês de agosto, divulgada nesta terça-feira (5).
De acordo com a asset, o compromisso é uma “importante sinalização” aos investidores porque uma eventual alteração da meta implicaria em uma fragilização do mecanismo fiscal já em seu primeiro ano de adoção.
Na carta, a Legacy Capital também revisou a projeção para o crescimento da atividade econômica em 2023, de 2,2% estimados em junho para 2,8% agora, após a surpresa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, divulgado na semana passada. Para 2024, a gestora manteve projeção de expansão do PIB em 1,0%.
Já no cenário externo, a Legacy entende ter aumentado a probabilidade do fim do ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve, diante da desaceleração do mercado de trabalho e uma contínua desinflação dos índices de preços. “No Brasil, o término do ciclo do Fed ajuda a construir condições para a aceleração do ritmo de queda de juros.”
A asset também segue apostando que a economia chinesa crescerá a um ritmo próximo de 4,0% adiante e afirma que o pior momento ficou para trás. Ainda assim, a gestora reconhece que as perspectivas seguem desfavoráveis para o gigante asiático.
Em relação à carteira dos fundos multimercado macro, a gestora afirma ter aumentado posições aplicadas em juros – aquelas que se beneficiam com a queda das taxas – em diversas economias, tendo em vista a perspectiva para a política monetária do Fed. Em sua visão, a perspectiva de encerramento do atual ciclo monetário nos EUA traz, potencialmente, maior chance de pausas ou fim nos ciclos de aperto no Canadá, Europa e Reino Unido.
No Brasil, a gestora tem exposição líquida comprada em bolsa, mirando o bom momento da economia, desinflação, ambiente externo favorável e os efeitos da queda dos juros sobre os ativos locais.