Por Luciano Costa
Investidores globais animados com o potencial da tecnologia de hidrogênio verde como fonte de energia limpa ganharam uma opção para colocar suas fichas na bolsa, após a realização nesta sexta-feira (7), na Alemanha, da oferta inicial de ações da Thysssenkrup Nucera, divisão do grupo focada no novo combustível renovável.
A empresa que produz equipamentos responsáveis pela chamada eletrólise, parte do processo de produção ho hidrogênio verde, levantou 650 milhões de euros com o IPO , e as ações da companhia fecharam com um salto de 23,4% na DAX, a 23,52 euros cada, mostrando o apetite do mercado por negócios ligados à chamada transição energética.
Com preço de 20 euros por ação na listagem na Alemanha, a Thyssenkrup Nucera foi avaliada em 2,5 bilhões de euros. A unidade tem como principais acionistas a Thyssenkrupp, com 50,2%, e o grupo italiano De Nora, com 25,9%.
O fundo soberano da Arábia Saudita (PIF), e um fundo do banco francês PNB Paribas “garantiam uma parte substancial do volume da emissão e estão atuando como investidores fundamentais nesse processo”, disse a Thyssenkrupp. A nova empresa tem carteira de pedidos de 1,4 bilhão de euros, com projetos contratados que somam mais de 3 gigawatts em capacidade de eletrólise, incluindo um gigante na Arábia Saudita, de 2GW, e uma planta para a Shell no Porto de Roterdã, na Holanda.
No Brasil, a Thyssenkrupp Nucera assinou memorando de entendimento com a Unigel para aumentar a capacidade de uma planta de hidrogênio que a empresa local está construindo na Bahia, de 60 megawatts para 240 megawatts. O acordo foi assinado em março durante visita do ministro alemão de Assuntos Econômicos e Ação Climática, Robert Habeck, mostrando também o interesse da Alemanha pelo tema.
A tecnologia do hidrogênio verde está atraindo grandes empresas e governos pelo mundo. Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden garantiu US$369 milhões em incentivos para projetos de H2V, enquanto a China tem um plano de alcançar produção de entre 100 mil e 200 mil toneladas do combustível por ano já em 2025. A Petrobras também tem falado em investir na fonte renovável, provavelmente por meio de parcerias, e possivelmente buscando negócios também no exterior.