Por Machado da Costa
O grupo alemão Hapag-Lloyd está firmando uma joint-venture com a operadora portuária brasileira Norsul, controlada pela gestora de recursos Lorinvest, em meio ao aquecimento do setor de transporte marítimo nacional, disseram à Mover duas fontes com conhecimento do assunto.
As fontes, que pediram anonimato para falar com a reportagem, informaram que a parceria comercial terá foco na navegação de cabotagem e em operações de feeder – quando navios menores levam contêineres de um porto com pouco calado para um de maior porte. As fontes não souberam dizer os valores envolvidos na transação.
Duas gigantes internacionais e principais concorrentes da Hapag-Lloyrd, a MSC e a Maersk, também estão de olho em operadores nacionais para estabelecer raízes no Brasil, segundo uma terceira fonte.
Essa pessoa afirmou à Mover que a MSC e a Wilson Sons estão em negociações avançadas, inclusive com um acordo de não-divulgação (NDA, na sigla em inglês) assinado. A Maersk foi apontada pelo Bradesco BBI como um potencial comprador da Santos Brasil, controlada por fundos do banco Opportunity.
A aprovação do Marco da Cabotagem é um dos motivos que levam ao aumento do interesse pelo setor. Sancionada em janeiro de 2022, a lei conhecida como BR do Mar visa aumentar a participação de transportes marítimos na matriz logística nacional, ampliando o volume de contêineres conduzidos e a capacidade da frota dedicada à cabotagem até 2025.
Notícias Relacionadas
Estatal avalia parcerias em etanol
Petrobras não tem interesse no controle da Braskem, diz diretor
A Petrobras avalia oportunidades relacionadas à Braskem, na qual detém participação relevante, mas não pretende comprar o controle da petroquímica, disse hoje o diretor-financeiro da estatal, Fernando Melgarejo, durante teleconferência com o mercado financeiro. “O ideal para nós seria que tivéssemos um parceiro operacional relevante, que conhecesse melhor o mercado e conduzisse a companhia da […]
Milton Pilão, CEO da empresa, falou ao Faria Lima Journal
Orizon: mercado regulado de carbono deve apoiar resultados a partir de 2026, diz CEO
São Paulo, 21/11/2024 – O projeto de criação de um mercado regulado de carbono no Brasil, que acaba de ser aprovado na Câmara e aguarda sanção presidencial, deve gerar impactos positivos para empresas que atuam no segmento já a partir de 2026, projetou o CEO do grupo de valorização de resíduos Orizon, em entrevista ao […]
A principal mudança que permitirá esse avanço é a flexibilização do afretamento de embarcações estrangeiras. Poucos dias após a sanção, a MSC firmou um acordo de compra com a operadora de cabotagem brasileira Log-In. Assim, a parceria de Hapag-Lloyd e Norsul competirá no mesmo setor da operadora brasileira, disseram as fontes.
A atuação em time será uma novidade nas operações da Hapag-Lloyd e da Norsul no Brasil. Enquanto a primeira transporta apenas grandes cargas conteinerizadas, a segunda trabalha com cabotagem de carga a granel.
O grupo alemão é considerado o maior transportador de contêineres do mundo, enquanto a Norsul detém a maior quantidade de embarcações do Brasil e 60 anos de história. Além de investir em navegação e logística, a controladora Lorinvest possui investimentos em ativos florestais, fintechs, soluções financeiras e tecnologia industrial.
Procurada, a Hapag-Lloyd confirmou à Mover que está “explorando opções para fortalecer sua posição no mercado brasileiro”. A Norsul ainda não retornou o pedido comentário.
Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 14H43, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.
