Por Gabriel Ponte
A Genoa Capital liquidou as apostas compradas no real contra uma cesta de moedas de países emergentes, justificando que o debate fiscal requer “mais atenção”, segundo carta endereçada a cotistas referente ao desempenho de agosto dos fundos sob gestão.
No documento, os gestores da Genoa apontaram que a discussão fiscal brasileira piorou de qualidade por dois motivos. O primeiro, a aparente percepção de menor comprometimento com as regras em si. O segundo está atrelado à dependência do governo em medidas temporárias ou não suficientemente discutidas no Congresso para zerar o déficit primário de 2024.
Sobre a política monetária, os gestores informaram que o cenário atual favorece outra dicussão sobre o tamanho do ciclo de corte da Selic em vez de um eventual debate sobre a aceleração do ritmo de alívio monetário. O time da Genoa observou ainda que a atividade econômica segue resiliente e a inflação, volátil.
No cenário global, a asset aposta que o Federal Reserve esteja próximo do fim do ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, após conseguir conter pressões salariais e devido ao alívio no mercado de trabalho americano. Sobre a China, o time afirmou que os problemas que envolvem o setor imobiliário são estruturais, o que limita, na visão da gestora, a magnitude de uma recuperação econômica no gigante asiático.
A Genoa informou estar liquidamente comprada em ações no Brasil, com uma carteira que se mantém majoritariamente composta por empresas do país dos setores de utilidades públicas, consumo e energia, além de empresas americanas ligadas à computação em nuvem e à Inteligência Artificial.