Por: Luciano Costa
A holandesa SHV Energy, que no Brasil é dona da Supergasbras, está perto de comprar uma empresa de renováveis que vende energia solar por assinatura, a Bulbe, disseram duas fontes à Mover.
Líder mundial em distribuição de gás em botijões (GLP), a SHV quer diversificar a atuação com a transação em andamento, entrando em nicho conhecido como geração distribuída de energia, que cresce rapidamente e atraiu recente apetite de rivais como a Ultragaz, ainda de acordo com as fontes, que pediram anonimato porque as informações não são públicas.
Procurada, a SHV não respondeu pedidos de comentário. A Supergasbras disse que “está sempre avaliando boas oportunidades no mercado de energia e não tem nenhum negócio a ser anunciado”.
Caso a transação seja concluída, a SHV ficará com 100% da Bulbe, incluindo projetos operacionais de geração solar distribuída com cerca de 35 megawatts, além de uma carteira para expansão futura incluindo projetos em Minas Gerais, Bahia e Ceará, disse uma das fontes.
O movimento da SHV Energy vem após o grupo ter decidido entrar no mercado de geração distribuída solar também na Índia. No Brasil, a companhia mira “oportunidade de expansão acelerada do negócio”, incluindo para novas regiões de atuação, segundo as fontes.
NICHO AQUECIDO
Notícias Relacionadas
Milton Pilão, CEO da empresa, falou ao Faria Lima Journal
Orizon: mercado regulado de carbono deve apoiar resultados a partir de 2026, diz CEO
São Paulo, 21/11/2024 – O projeto de criação de um mercado regulado de carbono no Brasil, que acaba de ser aprovado na Câmara e aguarda sanção presidencial, deve gerar impactos positivos para empresas que atuam no segmento já a partir de 2026, projetou o CEO do grupo de valorização de resíduos Orizon, em entrevista ao […]
Novo capítulo na disputa pela empresa de celulose
Cade suspende direitos políticos da Paper Excellence na Eldorado
São Paulo, 18/11/2024 – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou, por meio de medida preventiva, a suspensão dos direitos políticos da CA Investment (Brazil) S.A., acionista minoritária da Eldorado Brasil Celulose, controlada pela multinacional Paper Excellence. A decisão inclui a proibição de voto em assembleias gerais, indicação de membros para o conselho de […]
Ativos de geração distribuída no Brasil, inclusive, têm atraído o apetite de diversos grupos, e estão hoje entre os alvos mais visados para fusões e aquisições em energia, disse à Mover o sócio da IGC Partners, Felipe Araujo, que assessora empresas na venda de ativos.
O movimento, segundo ele, está associado à forte expansão do segmento conhecido como GD, mas também é influenciado por expectativas de que o governo possa avançar em planos longamente discutidos para abertura do mercado de energia, o que poderia permitir a todos consumidores negociar livremente a compra de energia, inclusive pessoas físicas.
Hoje, enquanto indústrias já podem escolher o supridor, os clientes residenciais são obrigados a comprar energia da distribuidora que atua em sua região. A exceção é para clientes que desejem comprar a produção de projetos de GD, que podem se associar a consórcios de investidores para adquirir energia em pacotes no formato por assinatura.
“Está quente, tem muita gente procurando esses negócios de olho justamente na abertura do mercado, querendo comercializar energia para consumidores de varejo”, disse Araujo, do IGC Partners, que falou à Mover sobre M&As em geral, sem comentar especificamente a transação da SHV pela Bulbe.
Um exemplo de transação nessa linha ocorreu em meados de 2022, quando a Ultragaz, do Grupo Ultra, rival da Supergasbras no mercado de gás em botijões, fechou a compra da startup de geração distribuída solar Stella Energia. A Vibra Energia também entrou nesse nicho, por meio da compra da Comerc Energia, e a Raízen tem investido em projetos próprios, mirando inclusive a liderança no segmento.
Esta reportagem foi publicada inicialmente pelo TC às 14h29min. Para ter acesso a conteúdos como esse com exclusividade, assine um dos planos do TC.
