Por Erick Matheus Nery — atualizado às 20h53
A BRF (BRFS3) amargou um prejuízo de R$ 1,33 bilhão no segundo trimestre de 2023 (2T23), número bem pior do que o projetado pelo mercado, que esperava uma cifra negativa na casa de R$ 502,5 milhões. As informações foram apresentadas ao mercado nesta segunda (14).
Confira os principais destaques do balanço da BRF no 2T23:
- Receita líquida: R$ 12,20 bilhões, enquanto consenso era de R$ 13,52 bilhões;
- Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 1 bilhão, enquanto consenso era de R$ 985,7 milhões;
- Prejuízo líquido: R$ 1,33 bilhão, enquanto consenso era de R$ 502,5 milhões
- Fluxo de caixa operacional: R$ 1,16 bilhão ante R$961 milhões no 2T22.
Vinicius Steniski, analista de ações da TC Matrix, disse ao Faria Lima Journal (FLJ) que o resultado foi influenciado negativamente por dois fatores: uma dívida sob hedge accounting e a hiperinflação na Turquia resultaram em uma diminuição de R$ 957 milhões na receita líquida da BRF.
“Nesse contexto, é importante observar que os resultados reportados pela companhia ficaram aquém das nossas expectativas e das projeções do mercado. Essa performance pode ser largamente atribuída à sobreoferta global de frango, à valorização do real em relação ao dólar e à redução no volume de exportações no segmento Halal. Este último fato é explicado pelo efeito sazonal do Ramadã”, destacou o analista.
“Cabe ressaltar que o impacto do aumento de capital ainda não foi refletido nos demonstrativos, sendo incorporado nos registros do 3T23. Apesar da redução do caixa, a empresa conseguiu reduzir ligeiramente sua dívida bruta. Com a inclusão do capital proveniente do follow-on, a situação financeira da companhia entrará em um cenário mais favorável”, complementou Steniski.