Por Bruno Andrade
Os balanços do Bank of America (BofA) e Morgan Stanley acalmaram o mercado sobre uma possível crise sistêmica que envolva os grandes bancos, afirmou Lucas Schwarz, analista da VG Research, ao Faria Lima Journal (FLJ) nesta terça-feira (18).
No primeiro trimestre, o mercado bancário global passou por forte turbulência após o Credit Suisse chegar a beira da falência e ser comprado pelo UBS. “Os grande bancos, como como JPMorgan Chase e Bank of America, apresentaram níveis bem mais confortáveis”, disse.
Segundo o analista, os números do BofA apresentados nesta terça foram sólidos. “O grande destaque foi o crescimento de do lucro líquido, de 19% em relação ao ano anterior, que foi puxado pela alta da taxa de juros”, explicou Lucas Schwarz. O BofA reportou um lucro um lucro de US$ 7,4 bilhões no segundo trimestre de 2023.
Já o Morgan Stanley também apresentou seus números nesta terça. Na visão do analista da VG Research, a empresa apresentou um resultado positivo, mesmo após ter que pagar US$308 milhões em indenização em um processo perdido para um funcionário.
O banco reportou um lucro líquido de US$ 2,2 bilhões, queda de 12% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O balanço da companhia foi mais contido por causa do juros, que ao invés de impulsionar o lucro do banco, funcionou como uma âncora.
“O Morgan Stanley, que possui uma maior exposição à asset & wealth management, não surfou tanto neste aumento da taxa de juros. Movimento semelhante é esperado para o Goldman Sachs, que também tende a não se beneficiar tanto com estes aumentos”, comentou Schwarz.
Ainda assim, ele argumenta que o temor de quebradeira para as médias e pequenas instituições continua.
“Diria que a crise bancária foi, no máximo, “contida”. O risco de uma crise sistêmica não é nulo, e o teste de estresse mais recente realizado pelo Federal Reserve ainda sugere que os bancos regionais são os mais sensíveis em um eventual evento de cauda”, concluiu Schwarz.