Por Bruno Andrade
A Americanas (AMER3) fechou 16 lojas e demitiu 1991 funcionários em apenas 42 dias, mostra levantamento realizado pelo Faria Lima Journal (FLJ) nesta sexta-feira (14). A informação foi levantada com base nos comunicados ao mercado da empresa, que mostram o fechamento de lojas e a quantidade de demissões a cada semana.
Segundo os documentos, a empresa realizou 326 desligamentos entre a última semana de maio e a primeira de junho. Outras 560 rescisões entre 5 e 11 de junho. Mais 326 desligamentos entre os dias 12 e 18, 236 na semana de 19 a 25 de junho, 246 entre 26 de junho e 2 de julho e mais 297 rompimentos de contratos de trabalho na semana de 03 a 9 de julho.
A empresa está em recuperação judicial desde janeiro, quando descobriu uma fraude contábil com um falso lucro de R$ 25,3 bilhões, o qual foi criado pela gestão do ex-CEO Miguel Gutierrez. Após descobrir o rombo, a varejista pediu recuperação judicial com um total de R$ 43 bilhões em dívidas.
Em nota enviada ao Faria Lima Journal (FLJ), a Americanas disse que está trabalhando “na manutenção de suas operações e para aumentar sua eficiência a partir do plano de transformação da companhia com foco na rentabilidade do negócio”.
“A Companhia não está realizando demissões em massa. Em alguns meses deste ano, inclusive, a proporção de entrada e saída de funcionários (“turn over”) cai pela metade comparada com 2022”, disse a empresa.
Segundo a varejista, cerca de 50% das demissões foram realizadas por pedidos dos próprios colaboradores, que preferiram deixar a empresa. “Isso reflete a característica do varejo, que possui taxas elevadas de rotatividade e uma demanda elástica”, disse a empresa.
“As rescisões de iniciativa da Companhia no mesmo período decorreram da reestruturação de determinadas frentes de negócio e otimizações em lojas, de acordo com as necessidades atuais da Americanas”, explicou a Americanas.
A empresa comentou ainda que continua comprometida com a transparência na relação com os sindicatos, mantendo-os informados dos movimentos de reestruturação, e garante o cumprimento integral e tempestivo de suas obrigações trabalhistas, na forma da legislação vigente.
A empresa não quis comentar de forma direta o fechamento das 16 lojas.