Por Gabriel Ponte
A Verde Asset desmontou posição comprada em dólar ante o real no mês de abril, diante do “viés positivo” observado nos mercados locais, informou a gestora em carta a cotistas divulgada nesta terça-feira.
O movimento decorre da percepção de melhora do projeto do arcabouço fiscal no Congresso Nacional, além de outros fatores, como a derrubada de dispositivos modificados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no marco legal do saneamento básico pela Câmara dos Deputados na semana passada. “O Congresso se coloca como contraponto importante em algumas decisões.”
A Verde também vê maior probabilidade de que as metas fiscais de 2023 e 2024 sejam cumpridas, com sinais positivos em relação às receitas fiscais, já que o governo obteve vitória no Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto aos benefícios de ICMS na base dos impostos federais no mês passado.
Por outro lado, a Verde reduziu marginalmente a exposição na bolsa brasileira e segue com posições tomadas em juros na parte curta da curva, que se beneficiam com a alta das taxas.
Nos Estados Unidos, a Verde apontou que os mercados já precificam um impacto relevante de aperto de crédito, na esteira da falência de bancos regionais. A asset, entretanto, ainda tem dúvidas se esses impactos levarão os EUA a uma recessão econômica, e o quão rápido o Federal Reserve reverterá o aperto monetário em curso.
A Verde pontou que a inflação na economia americana segue mais resiliente que projetado pelos investidores. Assim, a gestora mantém exposição comprada em inflação nos EUA. Também voltou a ter exposição comprada em bolsas globais.