Por: Artur Horta
Ainda que a produção e o faturamento do setor mineral brasileiro tenham recuado em 2022, as empresas do ramo planejam elevar investimentos, com foco em desenvolvimento socioambiental e produtos estratégicos para a transição energética, informou o Instituto Brasileiro de Mineração nesta terça-feira.
O setor mineral deve investir US$50 bilhões entre 2023 e 2027, um avanço ante a projeção de US$40,4 bilhões para o quadriênio de 2022 a 2026, conforme levantamento do instituto apresentado hoje a jornalistas.
Deste valor, o minério de ferro receberá o maior montante, de US$17 bilhões, cifra 24% acima da projeção anterior. Os destaques de investimento, no entanto, são dos metais básicos cobre e níquel, cuja previsão é de desembolsos na ordem de US$4,5 bilhões, alta de 255%, e US$2,3 bilhões, avanço de 60%, respectivamente.
Os investimentos socioambientais devem ser de US$6,5 bilhões, uma alta de 54,7%, refletindo “o cumprimento aos avanços da Agenda ESG da Mineração do Brasil”, disse Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM. Em adição, Jungmann afirmou que o setor busca “se posicionar firmemente a favor da transição para uma economia de baixo carbono e da redução da crise climática”.
No acumulado do ano passado, o setor viu o faturamento recuar 26%, para R$250 bilhões, diante da queda de 25% dos preços do minério de ferro, “muito em função da menor demanda da China”, explicou Jungmann. Já a produção dos minerais no Brasil recuou 12%, totalizando 1,05 trilhão de toneladas.
Para 2023, a expectativa é que a mineração repita o desempenho do ano passado, ainda segundo o executivo.