Por que Magazine Luiza (MGLU3) desabou 13,4% nesta quinta? Queda abre oportunidade de compra?

Setor varejista tem dia complicado após decisão do Copom

Facebook/Magazine Luiza
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As ações do Magazine Luiza (MGLU3) desabaram 13,37% nesta quinta-feira (23). Com isso, o papel fechou o pregão cotado a R$ 3,11. Segundo Lucas Lima, analista da VG Research, a queda acontece após o comunicado do Banco Central, divulgado na véspera, não descartar um novo ciclo de altas da Selic. 

Ele comenta que uma desaceleração da economia e uma menor concessão de crédito impactam diretamente nas varejistas, como é o caso do Magazine Luiza. “Esse cenário é negativo para empresas do setor varejista de e-commerce, visto que seus resultados dependem diretamente de uma taxa de juros mais baixa para aumentar a demanda dos seus produtos e impactar menos as despesas financeiras”, detalhou.

Na esteira da queda do Magalu, Via (VIIA3) afundou 7,04% e terminou o pregão a R$ 1,85. Marisa (AMAR3) caiu 6,15%, a R$ 0,61. Já Americanas (AMER3) recuou 3,77%, R$ 1,02 e Renner (LRNE3) caiu 2,61%, a R$ 16,82.

Para ele, a decisão de manter a taxa de juros em 13,75% era totalmente esperada pelo mercado. “Entretanto, a expectativa era de um comunicado mais leve por conta da deterioração que houve tanto no cenário externo quanto no interno em termos de instabilidade do sistema financeiro e crise do mercado de crédito”, disse Lima.

O analista da VG comentou ainda que o Banco Central ignorou a mudança de cenário e preferiu seguir à risca o regime de metas de inflação. “O objetivo é buscar reduzir a inflação custe o que custar, mesmo que isso implique em uma desaceleração mais forte da economia e uma concessão de crédito ainda menor”, explicou.

Oportunidade ou investidor deve esquecer as ações do Magazine Luiza?

Em meio ao cenário negativo para o setor, se o investidor tiver uma forte aversão ao risco e não quiser expor o seu patrimônio às volatilidades apresentadas pelo setor que o Magalu atua, o consenso de mercado é não aportar o dinheiro na companhia.

No entanto, segundo Lucas Lima, se o investidor possui o perfil mais arrojado e não vê problema em correr risco de grandes perdas, o papel está atrativo, pois está descontado e distante do preço justo.

“Hoje temos uma recomendação pública dela com preço teto de R$ 7,00”, disse.  “Então abaixo disso visualizamos que o investidor pode comprar o papel”, afirmou. O preço-alvo estipulado pelo analista implica em uma alta de 125% na comparação com o fechamento desta quinta-feira (23).