Oncoclínicas sobe após acordo com Unimed-Rio

A aquisição envolve a compra de 50% de participação da Unimed-Rio

Reuters News Brasil
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Por: Ana Luiza Serrão

As ações da Oncoclínicas dispararam nesta sexta-feira na B3, após a companhia ter anunciado ontem à noite a aquisição de participação adicional em duas unidades de saúde voltadas ao tratamento de câncer no Rio de Janeiro detidas pela Unimed-Rio.

Por volta das 11h20, as ON do maior grupo dedicado ao tratamento de câncer daAmérica Latina avançavam 9,40%, a R$11,17, enquanto o Ibovespa subia 0,13%, aos 110,25 mil pontos. Nos últimos 12 meses, o papel acumula valorização de 92,41%, e de 85,07% desde o início deste ano.

A aquisição envolve a compra de 50% de participação da Unimed-Rio no Centro de Excelência Oncológica (CEON), e de 49,99% do capital social da holding Pontus Participações, joint venture entre a Oncoclínicas e Unimed-Rio que detém o Hospital Marcos Moraes (HMM), um dos grandes centros para tratamento de câncer na capital fluminense.

A aquisição está avaliada em R$ 350 milhões, montante que deverá ser pago por meio de uma compensação parcial do saldo de recebíveis devidos pela Unimed-Rio à Oncoclínicas; além de três parcelas anuais em dinheiro a partir do fechamento da transação.

O negócio deve reduzir os riscos da Oncoclínicas em relação ao recebimentos de valores devidos pela Unimed-Rio, já que há preocupações entre investidores de que a Unimed poderia vir a sofrer uma falência à frente, segundo análise do Santander Corporate & Investment.

A Oncoclínicas espera que o CEON e o HMM gerem lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de R$150 milhões nos próximos 12 meses, com crescimento aproximado de 25% no período, destacaram analistas do Bradesco BBI em relatório.

“Tal resultado vem integralmente da CEON com contribuição zero da HMM, que a Oncoclínicas espera tornar lucrativa posteriormente”, explicaram os analistas, avaliando o acordo como positivo.

Para o time do Itaú BBA, o negócio é positivo e gera valor, permitindo ainda otimizar a estrutura tributária da Oncoclínicas.

“A transação deve permitir que a companhia reduza a participação minoritária em seus resultados e avance em sua agenda de otimização da estrutura fiscal, na medida que passará a deter indiretamente 100% de mais duas subsidiárias operacionais”, informou a Oncoclínicas em comunicado ao mercado.

O Bradesco BBI e o Itaú BBA recomendam a “compra” das ON da Oncoclínicas, com preço-alvo de R$14. O Santander Corporate & Investment tem a mesma recomendação, com alvo de R$10,75.