Por: Fabricio Julião
As taxas de contratos de juros futuros subiam nos primeiros negócios do dia, refletindo sinais de resiliência no setor de varejo – o que reforça a hipótese de juros prolongados por mais tempo no Brasil. Agentes financeiros também permanecem atentos à tramitação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, onde o pedido de urgência para o andamento do texto pode ser votado hoje.
Por volta de 9h30, os DIs mais negociados com vencimento em Jan/25 tinham alta de 6,5 pontos-base, a 11,79%, enquanto os DIs com vencimentos em Jan/33 avançavam 6 pbs, a 11,94%.
O dólar também subia levemente, seguindo a esteira de fortalecimento da moeda americana da véspera, com investidores buscando proteção. O dólar à vista avançava 0,15%, a R$4,9505, enquanto o futuro tinha alta de 0,17%, negociado a R$4,963.
As vendas do varejo cresceram 0,8% em março, ante fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O resultado contrastou com expectativade queda de 0,8%.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a jornalistas que acredita que o regime de urgência deve ser aprovado ainda hoje. O texto deve ser votado dia 24 de maio, na próxima semana, segundo o relator na Câmara deputador Cláudio Cajado (PP-BA).
Na cenal local, os olhos estão voltados para a Conferência Anual do Banco Central nesta manhã em São Paulo. Na abertura do evento, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, disse, por videoconferência, que o novo arcabouço fiscal pode ajudar na ancoragem das expectativas de inflação. Ele ainda está se recuperando de uma crise de labirintite.
Agentes financeiros buscam sinais de alívio sugestivos a uma mudança de postura mais branda em relação à condução da política monetária, depois de um texto mais rígido do arcabouço fiscal e o reajuste de preços anunciado pela Petrobras.
Também vale destacar o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de maio, que foi divulgado hoje e registrou queda de 1,53%, segundo a Fundação Getulio Vargas. Com esse resultado, o índice acumula variação de -1,99% no ano e de -3,49% em 12 meses.Trata-se da maior deflação desde setembro de 1993, quando iniciou a sua série histórica.
No exterior, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro atingiu 7% em abril, dentro do esperado pelos agentes financeiros. A variação mensal foi de 0,6% no mês, abaixo do consenso de 0,7%.
Nos Estados Unidos, os futuros de S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 subiam 0,33%, 0,41% e 0,14%, aos 4.136 pontos, 33.199 pts e 13.501 pts, respectivamente. Já por aqui, o Ibovespa futuro subia 0,61%, aos 109.685 pontos.