Juros passam a subir após cederem com ata do Copom

A desaceleração da inflação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna também impactou

Unsplash
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Por Clara Guimarães

As taxas dos contratos de juros futuros viraram para alta em vários vencimentos, em meio a notícias que circulam nas mesas sobre intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Banco Central. A notícia era atribuída ao serviço Broadcast. Mais cedo, os juros abriram em queda após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central e a desaceleração da inflação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna.

Perto das 09h20, o DI com vencimento em janeiro de 2025 estava estável, a 13,19%, após mínima de 13,04%; o de Jan/27 subia 2 pontos-base, a 13,09%; o DI/29 avançava 3 pontos-base, a 13,25%, distanciando-se da mínima de 13, 06%; e o de Jan/31 virou e passou a subir 5 pontos-base a 13,33%, após mínma de 13,13%. No mesmo horário, dólar futuro subia 0,47% a R$5,193.

Divulgada mais cedo, a ata do Comitê de Política Monetária notou com especial preocupação a deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos, mas reconheceu que o pacote apresentado pelo Ministério da Fazenda atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação, ainda que tenha pontuado sobre os riscos para a sua execução.

“A principal mensagem continua sendo que dado o estímulo fiscal que está colocado no cenário e considerando as projeções que tem, o espaço para corte de juros é pequeno, na verdade, inexistente até o fim do ano”, explica Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos, citando que a previsão é de manutenção da Selic por todo horizonte relevante.

Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, a ata foi positiva. “Trata-se de uma ata bem austera não só em relação ao compromisso com a inflação, mas também com relação à autonomia. De certa forma, ele delimita campo de atuação deixando claro que não haverá interferências”, avaliou.

Contribui para a queda, a desaceleração do IGP-DI em janeiro, que apresentou inflação de 0,06%, ante 0,31% em dezembro do ano passado e um consenso de avanço de 0,28%. No comparativo anual, a inflação medida pelo índice desacelerou de 5,03% para 3,01%, enquanto os especialistas projetavam uma alta de 3,24%.