Por Luca Boni
O Ibovespa iniciou a sessão desta sexta-feira (14) em queda ensaiando um movimento de correção após a forte alta vista ontem. Investidores reagem a divulgação das vendas no varejo mais fracas do que o esperado, corroborando com as expectativas de corte de juros na próxima reunião do Banco Central, marcada para 2 de agosto.
Por volta das 10h20, o Ibovespa recuava 0,32%, aos 118.899 pontos. O índice está próximo de uma importante região de resistência técnica entre 120 mil e 121 mil pontos. O volume de negócios projetado para hoje é de R$25,1 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Divulgado mais cedo, as vendas no comércio varejista caíram 1% em maio na comparação com abril, assim como na comparação anual, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ambos os resultados ficaram abaixo do consenso do mercado, que previam estabilidade na variação mensal e alta de 1,95% nos últimos 12 meses.
A leitura do indicador sinaliza um enfraquecimento da atividade econômica e corrobora com a leitura de que o juro por aqui tem espaço para cair, já que um varejo menos fortalecido sinaliza uma inflação mais controlada, em linha com o que observa o Banco Central.
No âmbito corporativo, as PN da Petrobras e as ON da B3 recuavam 0,74% e 1,37%, respectivamente, pressionando o Ibovespa.
As ON da BRF, da Petz e as PN da Gol perdiam 5,77%, 3,39% e 2,84%, na mesma ordem, entre as maiores quedas percentuais do índice.
A maior parte das ações de empresas voltadas ao consumo interno recuavam neste início de sessão. Embora elas possam ser beneficiadas pela expectativa de queda nos juros, o dado mais fraco de vendas no varejo pode pesar sobre o setor no pregão. O Índice de Consumo (Icon) caía 1,43%, liderando as quedas entre os índices da B3.
Na ponta oposta, as ON da Vale avançavam 0,54% e amenizavam as perdas do índice. As ações da mineradora sobem em linha com a valorização do minério de ferro na China, que subiu mais de 2% nesta sexta-feira.
Entre as maiores altas percentuais, figuravam as ON da Méliuz, da MRV e da CSN, que avançavam 4,94%, 1,92% e 0,93%, na sequência.