Ibovespa oscila com exterior após dado de inflação nos EUA

Mercado local reage positivamente a falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que fez acenos amistosos ao governo e sinalizou que o BC não defende mudança da meta de inflação

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Por Gabriel Brondi

O Índice Bovespa opera instável, com viés de baixa, após queda dos índices do mercado acionário americano na manhã desta terça-feira, repercutindo os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos que vieram em linha ou levemente acima do projetado. Por aqui, além dos dados lá fora, o investidor reage positivamente a comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que fez acenos amistosos ao governo e sinalizou que o BC não defende mudança da meta de inflação em entrevista ao programa “Roda Viva” ontem à noite. Hoje, Campos Neto voltou a defender a autonomia do BC ao falar em evento organizado pelo BTG Pactual.

Perto das 11h34, o índice de referência da B3 cedia 0,08%, aos 108.745 pontos. Os papéis ordinários do Banco do Brasil (BBAS3) e da Vale (VALE3) hidratavam o Ibovespa em mais de 250 pontos, com altas de 4,41% e 0,62%, respectivamente.

O Banco do Brasil reportou ontem o melhor resultado de sua história no quarto trimestre de 2022, renovando recorde de lucro líquido pelo oitavo trimestre consecutivo, e superando projeções de analistas mesmo com um provisionamento extra de R$788 milhões para cobrir 50% da exposição a operações envolvendo a varejista Americanas.

No exterior, os índices americanos recuam, com os investidores digerindo os novos dados de inflação ao consumidor. Segundo o departamento de trabalho nos Estados Unidos, na variação anual, o índice de preços ao consumidor no ano alcançou 6,4% em janeiro, ante a expectativa para 6,2%. Na variação mensal, o índice variou em linha com o consenso ao subir 0,50%.

Em relatório, os analistas do Morgan Stanley destacaram que a inflação de bens voltou a ganhar fôlego em janeiro, mas que o ciclo de juros do Federal Reserve deve encerrar em maio com mais choques de 25 pontos-base.

Além dos dados, os investidores no Brasil também acompanharam as novas falas do presidente do BC, Campos Neto, que voltou a reforçar que a mudança na meta de inflação não contribui para a queda da taxa básica de juros em painel durante evento organizado pelo BTG Pactual, em São Paulo. Campos Neto também voltou a defender a importância da autonomia do BC e do sistema de metas de inflação, embora tenha dito que será necessário esperar a reunião do Conselho Monetário Nacional para saber sobre a discussão da meta.