Por: Luca Boni e Gabriel Ponte
O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira em queda, após um pregão sem direção única, pressionado pelas ações da Natura, que desabaram após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022. O índice se descolou da sessão positiva em Wall Street, também influenciado por incertezas locais envolvendo o arcabouço fiscal a ser apresentado pelo governo.
O índice Bovespa fechou em queda de 0,18%, aos 102.932 pontos, no quarto recuo consecutivo e no menor nível de fechamento do ano.
Os papéis ordinários da Natura (NTCO3) despencaram 17,49%, a maior queda desde novembro de 2021, após a companhia ter registrado um forte prejuízo líquido no último trimestre de 2022, de R$890,4 milhões, revertendo lucro de R$695,5 milhões registrado um ano antes.
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As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras fecharam em quedas de 1,78% cada, após os contratos futuros da commodity terem atingido hoje a maior queda intradiária desde o início do ano. Por volta das 17h00, o barril do produto com entrega para maio recuava 3,96%, a US$77,57.
Na ponta oposta, as preferenciais da Raízen dispararam 3,44%, liderando as altas percentuais do Ibovespa, após a produtora de açúcar e etanol controlada pela Cosan e pela Shell ter aprovado o pagamento de dividendos aos acionistas.
O risco fiscal também corroborou para a queda do Ibovespa, segundo o sócio da Trigono Capital, Werner Roger. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a proposta de arcabouço fiscal – aprovada em sua pasta e nas demais equipes econômicas – deverá ser apresentada ainda nesta semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ainda segundo Roger, declarações da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continuaram a aumentar a aversão ao risco dos investidores. Ontem, Gleisi criticou o patamar da taxa Selic, de 13,75% ao ano, e disse que Campos Neto “deveria ter vergonha na cara, pegar o boné e ir embora”.
