Por: Gabriel Ponte e Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira em queda, em linha com o pregão negativo em Wall Street, após o presidente do banco central americano, Jerome Powell, adotar um tom duro em testemunho perante o Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos. No mercado local, o índice foi pressionado também pelos papéis da Petrobras (PETR3, PETR4).
O Ibovespa fechou em queda de 0,45%, aos 104.227 pontos, interrompendo a sequência de duas sessões de ganhos consecutivas, pressionado por comentários de Powell sobre os juros americanos.
Em uma sabatina de senadores mais cedo, o presidente do Federal Reserve afirmou que a autarquia está “preparada para acelerar o ritmo de alta” dos juros se os dados econômicos de fevereiro continuarem impulsionando a inflação nos EUA. Em Wall Street, os principais índices acionários também encerraram em queda, acelerando a trajetória de perdas após as declarações de Powell.
Nos EUA, por volta das 18h00, investidores projetavam 69% de chance de uma alta de 0,50 ponto percentual dos juros americanos na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) da semana que vem, segundo dados da Chicago Mercantile Exchange. As apostas de uma alta de 0,25 ponto percentual estavam em 31%.
De volta ao Ibovespa, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras recuaram 3,31% e 3,03%, em linha com os preços da commodity nos mercados internacionais – os contratos futuros do Brent atingiram a maior queda intradiária em dois meses, encerrando uma sequência de cinco altas consecutivas, na esteira do discurso de Powell. Por volta das 18h00, o barril do produto com entrega em maio recuava 3,59%, a US$83,09.
Investidores da Petrobras também repercutiram a assinatura de uma carta de intenções com a estatal norueguesa de energia Equinor para avaliar a viabilidade de sete projetos de geração eólica na costa brasileira, com potencial de até 14,5 gigawatts.
Já as preferenciais da Azul (AZUL4) lideraram os ganhos percentuais, avançando 20,12%, na sequência de forte alta registrada ontem. Mais cedo, o Banco do Brasil elevou a recomendação para as ações da empresa áerea de “neutra” para “compra”.