Gringo ‘tira o pé’ em Brasil e pausa rali no Ibovespa, mas expectativa é positiva para o ano, diz BofA

"Investidores ainda estão otimistas com o Ibovespa", afirma banco

Divulgação/B3
Divulgação/B3

Por Artur Horta

O Índice Bovespa teve um desempenho inferior ao de pares latino-americanos e globais em agosto, à medida que investidores estrangeiros retiraram dinheiro do mercado brasileiro, mas a expectativa é de que um novo rali ganhe força na bolsa até o fim do ano, segundo o time de análise e estratégia do Bank of America Securities.

Até ontem, o Ibovespa vinha acumulando 13 quedas consecutivas, a pior sequência desde 1994, encerrando um rali de mais de 20% de alta entre abril e julho. O principal índice de ações do Brasil cai cerca de 5% em agosto, mês em que estrangeiros sacaram R$8 bilhões da bolsa, ante entradas de R$19 bilhões em janeiro.

O BofA disse que os fundos de ações voltados a mercados emergentes seguem focados em China, segundo a Pesquisa de Gestores de Fundos da América Latina. “A falta de capital fluindo para os emergentes ex-China se traduz em entradas estrangeiras fracas no Brasil”, escreveu o banco americano, em relatório enviado hoje a clientes.

A pesquisa também apontou que uma possível rotação das carteiras para ações deve começar quando a taxa Selic, hoje em 13,25%, atingir 10% – provavelmente em 2024.”Os investidores ainda estão otimistas com o Ibovespa”, afirmou o banco.

Apesar disso, o BofA mantém crença de que o Ibovespa pode alcançar 135 mil pontos neste ano, destacando que 88% dos gestores ouvidos na pesquisa preveem o índice acima 120 mil pontos. Nesta tarde, por volta de 14h30, o Ibovespa operava em leve alta de 0,38%, tocando a faixa de 115.400 pontos.

O BofA destacou que tem viso um movimento de desaceleração em saques de fundos de ações e multimercado globais, e comentou ainda que, além disso, os fundos estão com um percentual de caixa elevado e poderão decidir se expor mais à bolsa com a queda da Selic. O Ibovespa está sendo negociado com um desconto de aproximadamente 10% em relação à média histórica, excluindo empresas de commodities.