Por: Gabriel Ponte
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deverá manter os juros inalterados na reunião da próxima semana, em uma medida considerada “prudente” por diversas autoridades para avaliar os efeitos defasados do ciclo de aperto monetário conduzido pelo Federal Reserve desde 2022, além da contração de crédito na economia americana, avaliou o Goldman Sachs em relatório nesta sexta-feira.
De acordo com a instituição, ainda que os dados da inflação de preços ao consumidor (CPI) referentes a maio sejam divulgados na véspera da decisão, no dia 13 de junho, certamente será tarde demais para as autoridades do FOMC reverterem sinalização já dada em aparições públicas de que uma interrupção da alta de juros é o caminho mais “prudente” a ser tomado.
Caso o FOMC mantenha a taxa-alvo Fed Funds no intervalo entre 5,0% e 5,25% na próxima reunião, será a primeira vez que a autoridade optará pela manutenção dos juros desde o início do ciclo de aperto monetário, em março de 2022. O Goldman também não aposta em grandes alterações no comunicado da decisão, de acordo com o economista-chefe da instituição, Jan Hatzius.
DOT-PLOT
O Goldman prevê que no documento do “Dot-Plot”, o qual contém estimativas das autoridades do FOMC para indicadores econômicos, que haja uma elevação da projeção para o crescimento neste ano, a 1,0%, ante 0,4% estimado em março. A projeção para a taxa de desemprego deverá recuar a 4,1%, ante 4,5% em março e o núcleo do PCE deverá avançar a 3,8%, ante 3,6%.
ATIVIDADE ECONÔMICA
Na visão do Goldman, os mais recentes dados ainda indicam “sinais conflitantes” sobre a atividade econômica dos EUA, embora a instituição atribua mais peso aos indicadores de resiliência da economia, como os números do mercado de trabalho. “Além disso, aprendemos o suficiente sobre o estresse bancário para estar confiante de que a contração de crédito não resultará em um evento recessivo nos EUA.”
O Goldman reduziu a 25,0% a probabilidade de uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses. Por outro lado, o banco entende que o núcleo do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) recuou menos do que o esperado até o momento neste ano, ainda que haja expectativas de uma grande desaceleração em 2023.