Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (22) em alta, em linha com a recuperação dos mercados globais. Com uma agenda de indicadores econômicos esvaziada, a atenção dos investidores esteve voltada para o andamento de pautas econômicas e discursos de membros do Banco Central nesta manhã.
O Ibovespa fechou em alta de 1,51%, aos 116.156 pontos, próximo da máxima do dia. A sessão teve volume de R$15,2 bilhões, abaixo da média de 50 pregões que se encontra em R$18,2 bilhões.
Segundo o especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, Elcio Cardozo, apesar da queda dos índices dos Estados Unidos, o Ibovespa seguiu os principais índices de ações da Ásia e da Europa, que fecharam no positivo.
Investidores ficaram atentos à fala de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em evento do Santander Brasil, onde afirmou que a luta contra a inflação ainda não está ganha e que os juros precisam ser “restritivos”. Ele reforçou, porém, que a autoridade monetária já começou a ver um “pouso suave” dos juros no Brasil.
O mercado também ficou atento à participação do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, em um evento da Fiesp. O economista ressaltou que as sucessivas quedas na bolsa não aconteceram só no Brasil, e que atualmente existe um cenário desafiador ao redor do mundo.
Em relação à agenda de pautas econômicas em Brasília, a votação do novo arcabouço fiscal, na Câmara, está no foco do mercado. Durante a tarde, o relator do marco fiscal, Cláudio Cajado (PP), falou para jornalistas, que o arcabouço entrou na pauta de discussões de hoje na Câmara e ressaltou que os “líderes acataram as alterações feitas no Senado”.
No âmbito corporativo, destaque para as ON da Vale, da B3 e as PN do Itaú, que avançaram 2,25%, 2,82% e 1,56%, respectivamente, e foram as maiores contribuidoras por pontos do índice.
As ações da Vale, da CSN Mineração e de siderúrgicas subiram em linha com a forte valorização do minério de ferro na China. O contrato futuro da commodity negociado em Dalian registrou a sexta alta consecutiva na última madrugada, em linha com a melhora na percepção de risco global.
Entre as maiores altas percentuais, as ON da IRB Brasil, da Vibra e da Minerva subiram 9,14%, 7,61% e 5,96%, na sequência.
Na ponta oposta, em uma sessão predominantemente positiva, poucas ações encerram no campo negativo. Destaque para as ON da Petz, da Marfrig e do Carrefour, que caíram 1,47%, 1,83% e 0,97%, respectivamente.