Dólar ronda estabilidade e abre cotado a R$ 4,87 com China no radar

Juros futuros sobem após dados do varejo acima do esperado

Pixabay
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Por: Fabricio Julião

O dólar rondava à estabilidade e as taxas de contratos dos juros futuros subiam nos primeiros negócios desta sexta-feira, impactados por uma nova rodada de estímulos na China, além das vendas do varejo brasileiro acima do esperado, o que enfraquece a hipótese de cortes maiores da Selic até o fim do ano. 

Por volta das 9h30, o dólar à vista subia 0,05%, a R$4,8715, enquanto o dólar futuro avançava 0,08%, a R$4,883. 

A moeda americana cedia perante a maior parte dos pares no mundo. As divisas emergentes seguem em alta na sessão de hoje, e as moedas mais fortes, como o euro e a libra, sobem em ajuste às quedas recentes. Em uma cesta de 23 moedas acompanhada pela Mover, o dólar depreciava diante de 16. O índice DXY recuava 0,05%, aos 105.291 pontos. 

Por aqui, a divisa brasileira chegou a ser beneficiada na abertura pela China, mas logo reverteu o movimento em ajuste às valorizações recentes. Ontem, depois do fechamento do pregão, o PBoC, banco central do país, cortou a taxa de compulsório bancário em 25 pontos-base, a partir desta sexta, colocando a taxa média em 7,4%, como forma de manter a estabilidade no yuan. Além disso, o país asiático anunciou redução de juros para recompra de 14 dias, passando de 2,15% para 1,95%.

Além disso, a China reportou dados melhores do que o esperado, mostrando que os estímulos recentes veem fazendo efeito. Na segunda maior economia do mundo, as vendas no varejo subiram 4,60% na base anual, acima da projeção de 3% em agosto, enquanto a taxa de desemprego alcançou 5,20% em agosto, uma queda em comparação ao mês de julho, quando havia registrado 5,30%.

A melhora na economia chinesa reflete diretamente no preço das commodities como minério de ferro e petróleo, que são altamente dependentes do gigante asiático. O minério de ferro em Qingdao, por exemplo, subiu 1,06%, a US$123,45 por tonelada, enquanto o petróleo tipo Brent futuro tinha alta de 0,15%, a US$93,84. 

Na cena local, as vendas no comércio varejista subiram 0,70% em julho ante o mês anterior, acima do consenso de alta de 0,30%. O resultado arrefece um pouco os ânimos acerca de uma consolidação da desaceleração dos preços do varejo até o fim do ano, que ganhou força após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nesta semana. 

No horário acima, os DIs com vencimentos em jan/24 caía 0,5 ponto-base, a 12,28%, enquanto os para jan/25 subiam 4,5 pbs, a 10,45%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 avançavam 6,0 pbs e 5,0 pbs, respectivamente, a 10,30% e 11,16%.