Por Fabricio Julião
O dólar subiu ante o real nesta terça-feira (19), na véspera das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. As taxas de contratos dos juros futuros também avançaram, com sinais de atividade econômica brasileira acima do esperado e ruídos políticos. Ao fim da sessão, o dólar à vista valorizou 0,34%, a R$4,8728.
“O dólar subiu em um movimento de ajuste técnico, acompanhando o desempenho da moeda no exterior”, afirmou o head de câmbio da B&T Câmbio, Diego Costa.
A divisa americana se fortaleceu ao longo do dia. No exterior, o dólar avançava diante de 15 moedas dentro da cesta de 23 acompanhada pela Mover, por volta das 17h. Já o real perdeu força na sessão de hoje e tinha o pior desempenho da cesta, no horário citado acima.
“Existem fatores favoráveis ao real, mas os eventos mais importantes da semana ocorrerão no final do dia de hoje e amanhã, com as decisões de juros no Brasil, Estados Unidos e China. Portanto, o câmbio está caminhando para um fechamento com leve alta, à medida que os investidores evitam maior exposição”, acrescentou Costa.
Amanhã, o mercado espera que o Federal Reserve anuncie a manutenção do alvo nos EUA entre 5,25% e 5,50%. Por aqui, o TC Consenso apontou que a expectativa é de corte de 50 pontos-base da Selic, a 12,75%. Os comunicados das autoridades monetárias são os pontos mais aguardados pelos agentes financeiros, que buscam antecipar movimentos futuros.
Em meio às expectativas sobre o andamento da política monetária no mundo, o rendimento das Treasuries americanas voltaram a subir e pressionaram as taxas de contratos de juros futuros por aqui. Os títulos do Tesouro dos EUA de dez anos tinham alta de 3,4 pbs, por volta das 17h, a 4,343%.
Na cena local, os DIs com vencimentos em jan/24 caíram 1,5 ponto-base, a 12,26%, impactados pela iminente trajetória de corte de juros a curto prazo sinalizada pelo Banco Central. Já os vértices para jan/25 subiram 4,5 pbs, a 10,50%, enquanto os para jan/27 e jan/31 avançaram 8,0 pbs, a 10,44% e 11,30%, respectivamente.
As taxas de contratos de juros futuros também subiram devido à divulgação, logo pela manhã, do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-Br. Considerado a “prévia do PIB”, o indicador variou 0,44% em julho e sinalizou que a economia brasileira está mais aquecida do que o esperado, o que aumenta o risco de uma inflação mais pressionada.
À tarde, uma declaração do relator do Orçamento de 2024, o deputado Danilo Forte (UB), afirmou que não será possível manter a meta de déficit zero na Lei Orçamentária do ano que vem. Isso trouxe volatilidade para o dólar, mas também para os juros.