Crescem expectativas de Ibovespa acima de 120 mil no fim do ano, diz Bofa

Gestores encontram-se otimistas com os rumos da Bolsa brasileira

Unsplash
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Por Patricia Lara

Os gestores estão mais otimistas com a bolsa brasileira e projetam que o Ibovespa ainda tem um caminho de alta a percorrer até o fim do ano, acima dos 120 mil pontos, mostra pesquisa da Bank of America Securities.

Cerca de 69% dos gestores ouvidos no levantamento projetam que o Ibovespa poderá terminar o ano acima de 120 mil pontos, ante um percentual de 27% na sondagem feita no mês passado. A pesquisa consultou 33 gestores com cerca de US$63,7 bilhões de ativos sob gestão, diz a corretora do banco americano em relatório divulgado nesta terça-feira e assinado pela equipe do economista para Brasil e chefe de estratégia para ações, David Beker.

A corretora do Bofa, propriamente, tem uma visão ainda mais favorável e vê o Ibovespa aos 135.000 pontos no fim deste ano, segundo o material. Nesta manhã, o Ibovespa subia 0,17%, a 117.537 pontos, perto das 11h28.

A maioria dos participantes da pesquisa espera que o primeiro passo de alívio monetário no Brasil ocorra em agosto, um cenário que também é endossado pela Bofa Securities. Os gestores evidenciaram que o arcabouço fiscal é o fator mais importante para trazer as expectativas de inflação para baixo nos próximos seis meses.

A aposta em ações de crescimento é citada como a estratégia que deve ser destaque em termos de desempenho. Esta é a primeira vez desde agosto de 2021 que essa opção ocupa a primeira posição na pesquisa entre os gestores. Na sequência, aparecem estratégias associadas a um beta elevado, ou seja, ações com volatilidade maior do que a da média do mercado, e a ações de qualidade alta.

Já alocação em ações ligadas a materiais básicos deve ser a de pior performance, segundo a expectativa da maioria dos participantes na pesquisa.

As revisões em baixa nas projeções de lucro podem estar finalmente chegando ao fundo do poço, de acordo com a sondagem. Apenas 21% esperam revisão para baixo dos ganhos das empresas, o menor percentual desde novembro de 2022, e 33% esperam revisões para cima das projeções de resultados.

Os participantes esperam crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 entre 1% e 2%, mas 36% acreditam que o dinamismo da economia pode levar o indicador a superar o patamar de 2% de expansão.

A percepção para a taxa de câmbio é de um dólar ainda mais fraco, com a maioria dos gestores prevendo que a cotação possa estar entre R$4,81 e R$5,10 no fim do ano.

O principal risco para o cenário é a China e os preços das commodities, segundo a maioria dos gestores. Na sequência, aparece a possibilidade de a taxa de juros subir ainda mais nos Estados Unidos, seguida pelo risco de uma desaceleração da economia americana.