Por Gabriel Ponte
O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, afirmou nesta terça-feira que um possível aperto das condições de crédito nos Estados Unidos– proveniente dos recentes episódios de falência bancária no país – pode conter o ciclo de alta dos juros.
Em evento promovido pelo Clube Econômico de NY, Williams afirmou projetar que a concessão de crédito nos EUA se torne mais cara e restrita, mas que, ainda assim, isso não deve causar uma rexessão. Para ele, a fase mais aguda do estresse bancário “provavelmente” já passou.
Segundo ele, o setor bancário está “sólido e resiliente” e os problemas recentes “parecem limitados” a um pequeno grupo de bancos.
O dirigente também afirmou não observar “nenhum motivo” para que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) inicie o ciclo de redução dos juros já neste ano. Na semana passada, o Fed elevou os juros americanos em 25 pontos-base, para o intervalo entre 5,0% e 5,25%, e retirou do comunicado da decisão um trecho em que “antecipava” ser apropriado um endurecimento adicional da política monetária.
“O Fed elevará os juros novamente se for necessário”, complementou Williams, lembrando do mercado de trabalho apertado e da inflação elevada. Em suas projeções, a taxa de desemprego deve avançar o intervalo entre 4,0% e 4,50% neste ano, enquanto a inflação deverá recuar a 3,25%, acima da meta de 2% perseguida pelo Fed.
Williams afirmou que a “única solução” para o limite da dívida americana é que os líderes eleitos no Congresso votem pela sua extensão. No momento de suas falas, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos renovaram a máxima intradiária, avançando 6,5 pontos-base, a 4,068%. Por volta das 14h00, os yields arrefeciam a alta e subiam 5 pbs, a 4,053%.