Cautela permanece no exterior antes de decisão de juros nos EUA

Por Patrícia Lara

‍A cautela prevalece no exterior às vésperas da decisão sobre taxa de juros nos Estados Unidos. As bolsas europeias e os futuros dos índices acionários americanos operam em queda, diante da apreensão com um discurso mais conservador pelo presidente do Banco Central americano, Jerome Powell. O mercado brasileiro acompanha as movimentações no exterior e também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem uma série de reuniões hoje.

Haddad se encontra com dirigentes da Federação Brasileira de Bancos, em São Paulo. Ontem, o ministro falou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá escolher os nomes que irão substituir os atuais diretores do Banco Central, o que gerou receio de uma intervenção do governo na autarquia.

No exterior, a possibilidade de Powell trazer um tom mais conservador em seu discurso, mesmo com a expectativa consolidada de desaceleração da alta da taxa de juros para 0,25 ponto percentual amanhã, dá suporte ao dólar ante principais pares. No mês de janeiro, o Índice da moeda americana acumula queda de cerca de 1,3% após dados evidenciarem desaceleração da inflação e da atividade nos EUA.

Já o juro dos títulos do Tesouro americano caía 1,5 ponto-base, a 3,527%, enquanto a taxa da Note de 1 ano subia 2,1 pontos-base, a 4,743%.

A decisão do Fed vem após o Fundo Monetário Internacional prever um “ponto de inflexão” para a economia global e elevar a perspectiva para o crescimento pela primeira vez em um ano, com os gastos resilientes dos EUA e a reabertura da China. A nova projeção é de crescimento do Produto Interno Bruto de 2,9% em 2023, 0,2 ponto percentual acima do previsto em outubro, disse o fundo na atualização trimestral do relatório de Perspectiva Econômica Global nesta madrugada. Para o Brasil, a projeção de expansão foi elevada de 1% para 1,2% neste ano, abaixo do ritmo global.

Os dados de produção da Vale, após o fechamento do pregão, também são aguardados. A mineradora precisa alcançar produção de 83 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre de 2022 para cumprir sua própria meta anual revisada, de 310 milhões de toneladas. Analistas do Santander Investment, contudo, acreditam que o resultado ficará abaixo do objetivo para o ano.

Na China, foi conhecido o índice oficial de gerentes de compras (PMI) da indústria chinesa, que subiu para 50,1 pontos em janeiro, acima da marca de 50 pontos, que indica expansão econômica. Em dezembro, o PMI havia ficado em 47 pontos em dezembro.

MERCADOS GLOBAIS

– O futuro do petróleo Brent para entrega em março cedia 1,37%, a US$83,74 o barril.

– O minério de ferro recuou 1,3% na bolsa chinesa de Dalian, a 866 iuanes, ou o equivalente a US$128,25 a tonelada.

– O Bitcoin cedia 1,68% nas últimas 24 horas, a US$22.903,70; o Ethereum recuava 1,39% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

– O índice EWZ, que replica as ações brasileiras no exterior, cedia 1,79% no pré-mercado americano.

– Os juros futuros na B3 acompanham o rumo externo e lote do Tesouro no leilão tradicional de LFT e NTN-B.

DESTAQUES‍

-Haddad vai com um grupo grande ao encontro na Federação Brasileira de Bancos em São Paulo. Ele será acompanhado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet; da Agricultura, Carlos Fávaro; e da Gestão e Inovação Pública, Esther Dweck. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, também irá ao encontro. (Mover)