Por: Luca Boni
Os principais índices acionários de Wall Street encerraram a sessão desta sexta-feira em queda, após o relatório de emprego do Payroll indicar que o mercado de trabalho americano segue forte e sem sinais de desaceleração. Investidores também repercutiram os balanços negativos de grandes empresas tecnológicas no quarto trimestre de 2022.
O S&P500, o Dow Jones e o Nasdaq 100 fecharam em quedas de 1,04%, 0,38% e 1,59%, respectivamente. Apesar das perdas de hoje, desde segunda-feira o S&P500 subiu 1,62%, e o Nasdaq 100, 3,34%, na quinta alta semanal consecutiva. Na ponta oposta o Dow Jones acumulou queda de 0,15%.
Por volta das 18h00, o retorno dos títulos do Tesouro americano de dois anos – mais sensíveis à política monetária – registrava forte alta de 19,3 pontos-base, a 4,299%, e os de dez anos, de 13,4 pontos-base, a 3,531%. Ao fim da sessão, o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas pares, subia 1,22%, aos 102,98 pontos.
Mais cedo, o Payroll de janeiro indicou que o mercado de trabalho segue forte nos Estados Unidos, sem sinais de desaceleração. O país criou 517 mil vagas no mês passado, bem acima das 185 mil projetadas, segundo consenso Mover. A taxa de desemprego caiu para 3,4%, ante o consenso de 3,6%.
Os dados sinalizam que um mercado de trabalho resiliente deve ser um empecilho para o Fed declarar vitória no controle inflacionário, além de gerar temores de que o banco central americano possa manter as taxas de juros altas por mais tempo.
Segundo dados da Chicago Mercantile Exchange, as chances de um corte de juros pelo Fed ainda em 2023 caíram de cerca de 60% para em torno de 30% após a divulgação do menor índice de desemprego desde 1969.
Agentes de mercado também analisaram resultados corporativos decepcionantes de grandes empresas de tecnologia ontem. As ações da Alphabet, controladora do Google, registraram queda de 3,29% na Nasdaq, e as da Amazon derreteram 8,43%.
Na ponta oposta, as ações da Apple avançaram 2,44% na Nasdaq, impulsionadas por um relatório do Morgan Stanley que defendeu o valor de longo prazo da gigante tecnológica, mesmo diante de indicadores financeiros do quarto trimestre abaixo das expectativas. O banco reiterou a recomendação equivalente a “compra” para os papéis da Apple, com preço-alvo de US$175,00, que representaria uma valorização de quase 14% sobre o preço de fechamento de hoje.