Ata assopra com reconhecimento de evolução benigna do pacote, diz Sicredi

"A ata diminui um pouco o ruído. Talvez, dê uma apaziguada na relação com o governo e Ministério da Fazenda”, afirmou o economista-chefe do Sicredi, André Nunes

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Por Patrícia Lara

O economista-chefe do Sicredi, André Nunes, disse que a ata do encontro do Comitê de Política Monetária do Banco Central, divulgada há pouco, “assopra” após o comunicado apresentado na semana passada bater no governo.

“O comunicado bateu e ata assopra. O BC explicou um pouco melhor como está lidando com a questão do pacote e reconheceu que a evolução vai ser muito benigna para o balanço de risco da inflação”, disse Nunes em entrevista por telefone.

“A ata diminui um pouco o ruído. Talvez, dê uma apaziguada na relação com o governo e Ministério da Fazenda”, afirmou.

Com o documento, o economista avalia que há a possibilidade de retorno da hipótese de baixa da Selic neste ano, após essa chance ter ficado mais distante na sequência do comunicado da reunião do Copom que manteve a Selic em 13,75%.

O Sicredi mantém em revisão o cenário de que a taxa básica Selic a 11,50% no fim do ano desde a semana passada. “Esse patamar deve ser revisado para cima, mas ainda deve contemplar algum alívio na Selic, que está hoje em 13,75%”, disse.

Um ponto interessante é que a ata citou o cenário alternativo que foi listado no comunicado do Copom, no qual a Selic é mantida inalterada por um horizonte relevante. “A ata fala isso, ma so BC usou 4, 5 parágrafos na sequência para mostrar que esse não é o melhor cenário.”

“A possibilidade de a Selic seguir alta durante todo o horizonte relevante do BC diminuiu. E é esse um insumo para antevermos uma queda da Selic ainda em 2023”, disse o economista.

Em relação à atividade, o Sicredi prevê crescimento de apenas 0,6% da economia neste ano, abaixo do consenso.